Viva Bem

Crianças podem rabiscar e desenhar pela casa, mas é preciso ensinar que há limites

Canetinhas são tóxicas e não podem ser levadas à boca

A dentista Renata Amaral de Menezes com as filhas Luiza e 3 anos e Mariana de 12
Renata incentiva a filha Luiza, de quatro anos, a não rabiscar os cadernos da irmã, Mariana de 13 - Rubens Cavallari/Folhapress
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Descrição de chapéu Agora
Fabiana Schiavon
São Paulo

Chega uma hora em que as crianças descobrem a alegria de rabiscar, e as paredes da casa acabam vítimas da nova brincadeira. Luiza, quatro anos, usou as paredes de casa como caderno de colorir, e a mãe não conseguiu limpá-las.

Decidiu, no entanto, conversar com a filha. "Comprei apostilas e cadernos de desenhos e expliquei que a parede não era o lugar correto de fazer aquilo. Foi difícil, mas ela entendeu melhor. Apesar de adorar riscar a conta de água e os livros da irmã", brinca Renata Amaral de Menezes, 37, cirurgiã dentista.

É normal que crianças rabisquem tudo o que veem pela frente. "A criança vai percebendo que, ao mexer as mãos com a caneta, ela cria cores e formas, e acaba se empolgando. É importante, no entanto, explicar os limites”, diz a neuropsicóloga Deborah Moss.

Mesmo quando os pais deixam riscar a parede de casa, algum limite precisa ser estabelecido. “A criança terá de entender, por exemplo, que em casa pode, mas na casa da vovó ou do amiguinho não. Para ela, a parede ou uma folha de papel são o mesmo espaço em branco."

Por isso, é preciso paciência. "Com calma, vá explicando os limites, porque não será só na primeira vez que a criança entenderá. Quanto mais cedo ela compreender que é preciso ter regras, mas fácil será quando ela estiver maior”, afirma o psicólogo Yuri Busin.

A relações-públicas Simone Yunes, 48, investe em diferentes materiais. "O meu filho mais novo, de quatro anos, gosta muito de se expressar. Então eu dou tela e papéis. Quando estamos na nossa casa no interior, coloco bastante folha no chão, tem a lousa, massinhas de modelar e tinta. Mas acho que impor limites é importante, mesmo que ele faça birra, porque na vida a gente não pode tudo."

Quando a criança pinta ou rabisca em um lugar diferente, ela está fazendo uma experiência, lembra a psicóloga Claudia Pimentel. "A melhor forma de trabalhar o limite nessas experiências é falar com afeto de que ela não deveria fazer isso daquela maneira. Abaixe e olhe na altura dos olhinhos dela e diga o que não pode, mas ofereça outras possibilidades."

NA HORA DE DESENHAR

– Incentive a brincadeira, mas ensine que há limites. Por exemplo, é possível definir a área em que a criança pode desenhar, dando a ela cadernos para essa finalidade ou até um pedaço da parede que tenha tinta de lousa
– As crianças menores podem demorar a entender por que podem riscar um caderno, mas não podem riscar o material do irmão. Tudo deve ensinado aos poucos
– Mesmo que os pais permitam que a criança risque qualquer parede da casa, ainda é preciso deixar claro que a parede de outras casas não é liberada
– ​Monitore esse tipo de brincadeira. Lápis têm pontas finas e podem machucar; canetinhas são tóxicas e não podem ser levadas à boca

Fontes: Claudia Pimentel, psicóloga; Deborah Moss, neuropsicóloga, mestre em psicologia do desenvolvimento humano pela USP (Universidade de São Paulo);  Yuri Busin, psicólogo
 

Agora
Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias