'Terra e Paixão': Walcyr Carrasco explica sumiço de lésbicas e defende Globo: 'Tenho liberdade'

O autor Walcyr Carrasco negou que a direção da Globo tenha feito qualquer pedido para cortar tempo de tela do casal lésbico Mara (Renata Gaspar) e Menah (Camilla Damião) da novela "Terra e Paixão", no ar na faixa das 21h.

Walcyr explicou que as mudanças ocorreram por uma opção sua de dar foco na trama principal. Nos últimos capítulos, aumentaram as cenas de Agatha (Eliane Giardini), Antonio La Selva (Tony Ramos) e Irene (Gloria Pires).

Walcyr detectou que, na sua visão, o público gostaria de vê-los mais em cena. O autor explicou ao F5 a situação.

"Como todos puderam ver, nas últimas semanas o foco maior no andamento da novela foi com os acontecimentos envolvendo os personagens Antonio La Selva, Agatha e Irene. Eles, com suas tretas, ocuparam o maior espaço porque são protagonistas da história", disse o autor.

"Foi apenas por causa disso que as demais tramas ficaram em segundo plano. Não houve nenhum pedido da Globo neste sentido. Eu tenho liberdade total para escrever. E é com esta liberdade total que, até o final da novela", pontou o autor.

Walcyr promete escrever um final para todos os personagens, inclusive o casal lésbico. "Criarei o desfecho para todos os personagens. E este desfecho está apenas na minha cabeça. Nem a direção da Globo e nem os atores sabem. Aguardem os próximos capítulos!", concluiu.

O caso ganhou as redes sociais na segunda (20). Interprete de Mara, a atriz Renata Gaspar disse que seu papel não teria mais tramas na novela.

"Amores, Mara e Menah não terão mais trama na novela. Acho que quando tudo acabar falaremos mais do que passamos. Mas é isso, viramos as tias, que ficam de fundo na festa e ninguém pergunta sobre sua história pois não querem saber. É aquela tia que vive com a amiga dela", disse Renata.

De fato, segundo apurou o F5, não existem cenas previstas para as duas para as próximas três semanas em "Terra e Paixão". Na produção, o sumiço do casal tem causado desconforto. Renata já havia reclamado internamente outras vezes.

Na estreia do folhetim, Renata Gaspar tinha celebrado que lésbicas teriam visibilidade no principal horário da televisão brasileira, algo que é bastante raro até os dias de hoje.

"Mulheres que ficavam com outras eram retratadas muitas vezes de uma forma repulsiva, no lugar pejorativo. O movimento é naturalizar duas pessoas que se gostam e querem ficar juntas", afirmou ao F5 em julho.