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Televisão

Caso Marielle Franco e 'Vale o Escrito': como prisões mudam rumos de nova temporada

Documentário de sucesso no Globoplay menciona o caso na primeira leva de episódios, e deve repetir a dose na segunda fase, agora com novos personagens

Marielle Franco: prisão dos mandantes de seu assassinato acrescenta novos personagens à segunda temporada de 'Vale o Escrito' - @marielle_franco no Instagram
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Aracaju

A prisão dos mandantes do assassinato de Marielle Franco neste domingo (25) tem total ligação com a série "Vale o Escrito", produção documental da Globo que narra as origens do jogo do bicho no Rio de Janeiro e as disputas travadas pelas famílias que controlam a contravenção no Estado.

No quinto episódio da primeira temporada, o assassinato de Marielle é retratado por conta da ligação de Adriano da Nóbrega com Ronnie Lessa, que executou a então vereadora em 14 de março de 2018.

Nóbrega era o responsável pelo "Escritório do Crime", grupo formado por policiais, ex-policias e milicianos. De acordo com a produção, ele seria sócio de Bernardo Bello, considerado um dos contraventores mais perigosos do Rio de Janeiro, atualmente foragido.

Bello negou qualquer tipo de envolvimento com Nóbrega, e disse que as acusações seriam uma armação de Rogério de Andrade, seu desafeto. Sobrinho de um dos nomes mais conhecidos da contravenção carioca, Rogério assumiu os negócios da família após a morte de Castor de Andrade, em 1997.

Ele é patrono (financiador) da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel e responde em liberdade à acusação de ser líder de uma organização criminosa que atua na contravenção do estado.

Em sua delação, Lessa confessa que o "Escritório do Crime" teve envolvimento no planejamento da emboscada que matou Marielle, especialmente no fornecimento de armas, já que ele tinha boa relação com Adriano da Nóbrega.

Outra ligação do documentário com o caso Marielle envolve os mandantes do assassinato, os políticos fluminenses Domingos e Chiquinho Brazão. Segundo Lessa, os irmãos teriam arquitetado o assassinato da vereadora, acobertado pelo então Chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.

O crime teria sido cometido porque Marielle representava um obstáculo à grilagem de terras na zona oeste do Rio, área de atuação dos Brazão. O Carnaval entra na história com a suplência de Chiquinho na vaga para deputado federal na câmara dos deputados em Brasília. Com sua prisão e provável afastamento, assume sua vaga o político Ricardo Abrão.

Abrão é velho conhecido da política do Rio de Janeiro. Ele já foi presidente da escola de samba Beija-Flor e é sobrinho de Anísio Abraão David, apontado como um dos grandes chefes do jogo do bicho na capital fluminense, e primo de Gabriel David, filho de Anísio e atual diretor de marketing da Liesa (Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro).

O sobrinho de Anísio já havia assumido a suplência de uma cadeira na Câmara, entre janeiro e julho de 2023, ao substituir a deputada Daniela Carneiro, nomeada ministra do Turismo no início do governo Lula.

Para a segunda temporada, já existia a previsão de mostrar o envolvimento dos irmãos Brazão com a milícia. A ideia foi reforçada após a prisão dos dois como mandantes do assassinato de Marielle.

"Vale o Escrito 2" está em produção, mas ainda não tem uma previsão de estreia exata para o Globoplay.

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