Ex-repórter da Globo, Luiz Carlos Azenha processa Record e pede R$ 2,6 milhões
Jornalista atuou na emissora de Edir Macedo por 14 anos e foi um de seus principais repórteres até o ano passado
Considerado um dos grandes repórteres da TV brasileira, com passagens por SBT e Globo, o jornalista Luiz Carlos Azenha está processando a Record. Azenha pede R$ 2,6 milhões de indenização em um caso com relatos de assédio moral.
O F5 teve acesso aos documentos da ação, que corre na 78ª Vara do Trabalho de São Paulo. No próximo dia 5, as partes terão uma audiência de conciliação para saber se é possível chegar em um acordo.
Azenha faz diversas alegações, entre elas a de que a Record usou de manobra para reduzir seu salário em uma mudança no modelo de contratação. Além disso, Azenha perdeu espaço por ser crítico ao governo Jair Bolsonaro, apoiado pelo dono da emissora, Edir Macedo.
Luiz Carlos Azenha tinha um dos salários mais altos da Record. A emissora o contratou em 2008, e sua demissão aconteceu em dezembro de 2022.
Ela passou pela Rede Manchete (1983-1999), onde foi correspondente nos Estados Unidos. Na falida TV de Adolpho Bloch, fez coberturas históricas, como a da queda do muro de Berlim, .
Entre 1994 e 1998, trabalhou no SBT. No canal, cobria o noticiário dos Estados Unidos, além de participar das transmissões da Fórmula Indy, narradas por Téo José. Em 1999, foi contratado pela Globo, ainda como correspondente nos EUA, entre 2001 e 2004.
Ao voltar ao Brasil, ficou na Globo até 2007, como repórter especial em São Paulo. Foi demitido da empresa e contratado posteriormente pela Record, que tentava ter um Jornalismo com linguagem semelhante à líder para tentar conquistar audiência.
Na Record, fez reportagens especiais principalmente para o Jornal da Record e para o Domingo Espetacular, revista eletrônica dominical da vice-líder, e virou um dos nomes mais premiados da empresa.
Em 2013, Azenha ganhou o Prêmio Esso de Telejornalismo pela série de reportagens A Criança e a Tortura, veiculada pelo Jornal da Record naquele ano. O material, exibido em cinco partes, resgatou as histórias de crianças e seus pais torturados durante a Ditadura Militar (1964-1985).
Procurado pelo F5, Luiz Carlos Azenha não respondeu aos contatos por telefone feitos desde a última quinta (30). A Record não comenta casos judiciais.
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