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Televisão

Globo é condenada a pagar mais de R$ 800 mil a homem que venceu concurso no Caldeirão e não levou prêmio

Wilson Cardoso deveria ter sido enviado aos EUA para apresentações com o time dos Globetrotters, mas isso nunca aconteceu; OUTRO LADO: emissora não comenta caso

Wilson Cardoso, vencedor de concurso do Caldeirão do Huck
Wilson Cardoso, vencedor de concurso do Caldeirão do Huck - Reprodução
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São Paulo

O ano era 2010. Na ocasião, Wilson Cardoso, então com 26 anos, vencia um concurso de habilidades no basquete proposto pelo Caldeirão do Huck (Globo). O programa levaria aos Estados Unidos o melhor brasileiro no esporte para fazer apresentações por um ano com o time do Harlem Globetrotters. Porém isso nunca aconteceu.

Cardoso entrou com um processo milionário contra a emissora e venceu. Em última instância, no STJ (Superior Tribunal de Justiça), o canal foi condenado a pagar R$ 877 mil a ele. Não cabem mais recursos. Procurada, a Globo disse que não vai comentar.

Segundo Liana Pascoal, advogada do hoje professor de inglês de 39 anos, a Globo já pagou R$ 196 mil referentes aos danos morais. Agora, restam 15 dias para quitar, em única parcela, os cerca de R$ 680 mil restantes.

"Depois que ele ganhou o concurso, amplamente divulgado na época, a Globo manteve o contato com por meio de outra empresa, com CNPJ criado apenas para fazer o concurso, pois meu cliente ficou indo atrás, perguntando e cobrando quando assinaria o contrato", conta.

"Há mais de 1.000 e-mails com diversas desculpas [da Globo], mas a principal delas foi que ele deveria primeiro tirar o visto para moradia e trabalho nos EUA. Mas sem nenhum contrato com os Globetrotters, ele não teria como provar sua finalidade lá", emenda ao F5 a advogada.

No processo que o F5 teve acesso, consta que Wilson abandonou o trabalho e os estudos para se dedicar à preparação para o concurso. A Globo tentou diferentes recursos, mas não obteve sucesso.

Depois que ele conseguiu entrar com a documentação, o visto foi negado. Conforme a advogada, a emissora propôs que ele assinasse um contrato em que aceitava receber R$ 12 mil parcelados em 12 vezes como uma ajuda de custo enquanto o imbróglio com a equipe norte-americana não se resolvia. Uma juíza de primeira instância validou esse último contrato, mas a decisão foi revertida em segunda instância.

A advogada de Wilson Cardoso afirma ainda que após o "trauma", seu cliente, que atualmente mora nos Estados Unidos e tem uma banda de pagode, nunca mais quis saber de basquete. "Ele desenvolveu depressão, pois apostou todas as fichas nesse concurso que prometia mudar a vida dele."

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