Justiça mantém condenação de Gilberto Barros por fala supostamente homofóbica em programa de TV
Apresentador ainda pode recorrer da decisão, que impõe dois anos de reclusão em regime aberto
A 13ª Câmara de Direito Criminal de São Paulo manteve a condenação do apresentador Gilberto Barros por uma fala supostamente homofóbica dita em seu programa "Amigos do Leão". O comunicador e o Ministério Público haviam recorrido da decisão da 4ª Vara Criminal do Foro Central da Barra Funda, mas o pedido foi negado pela Justiça. O acórdão, que recusa a solicitação, foi divulgado na última quinta-feira (25) e disponibilizado pelo TJ-SP ao F5. Ainda cabe recurso da decisão.
Assim, Barros segue condenado a dois anos de reclusão em regime aberto, além do pagamento de 10 dias de multa e prestação de serviços à comunidade. Essa decisão havia sido divulgada em primeira instância, no dia 16 de agosto do ano passado, e foi mantida em segunda instância após esta nova audiência na semana passada.
No dia 9 de setembro de 2020, o apresentador comentou o que sentiu ao presenciar o beijo de dois homens na rua. "Eu guardava o carro na garagem, beijo de língua de dois bigodes, porque tinha uma boate gay ali na frente, não tenho nada contra, mas eu também vomito, sou gente, gente. Hoje em dia se quiser fazer na minha frente faz, apanha dois, mas faz", disse ele, no programa "Amigos do Leão", transmitido via YouTube, em canal que contava com 199 mil inscritos na época.
À Justiça, Barros confirmou a fala, mas negou a acusação. "Pelo seu sangue italiano ele costumava falar muito. Sempre buscou apresentar pessoas que produzem o bem para a sociedade. No programa estava comemorando os 70 anos da televisão brasileira. Jamais teve a intenção de incitar a violência. A fala refere-se a um episódio por ele assistido quando tinha 26 anos", relata a juíza Roberta Hallage Gondim Teixeira, na decisão anterior.
Neste novo acórdão, o relator Adilson Paukoski Simoni aponta que "ao proferir tais palavras, [Barros] extrapolou os limites da sua liberdade de expressão e opinião, e o fez de maneira consciente, exsurgindo o dolo em sua conduta". "Se fosse o caso de apenas relatar uma vivência passada, poderia ter esclarecido que se tratava de um fato antigo, sem qualquer manifestação preconceituosa", completa o documento.
Procurado pelo F5, Gilberto Barros não respondeu ao pedido de posicionamento da reportagem.
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