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Televisão

Sucesso na novela 'Vai na Fé', Clara Moneke não se via na televisão: 'Lugar distante'

Atriz conta que foi o último nome escolhido para o elenco da trama de Rosane Svartman

Em foto colorida, mulher negra de calça jeans e camisa branca sensualiza dentro de um estúdio
Clara Moneke diz que temia estereótipos na novela - Divulgação/Fernando Young
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Rio de Janeiro

Estreante na televisão, Clara Moneke revela que foi a última atriz ser escolhida no elenco de "Vai na Fé". Antes dela, várias outras jovens fizeram teste para viver a despachada e ambiciosa Kate, papel que acabou conquistando.

Personagem de sucesso na trama, a melhor amiga de Jenifer (Bella Campos) vem ganhando mais espaço na história de Rosane Svartman e isso, para Clara, tem a ver as similaridades entre as duas. "Ela é muito eu (risos). Alegre, extrovertida, sonhadora e romântica. Um pouco fora da caixinha, né? Mas tem essa determinação típica dessa geração, que me incluo. Nós não baixamos a cabeça."

Clara diz que sua única insegurança estava relacionada à própria construção da personagem. "Tive muito medo de cair em um estereótipo de periguete, favelada e desligada. Não queria isso para ela e aí procurei trazer humanidade para aproximá-la do público. Acho que vem dando certo", comemora.

Kate também credita o sucesso da trama de sua personagem ao entrosamento com Emílio Dantas, seu "partner no crime" ."Criamos uma super parceria. As pessoas adoram a forma como ela manda e desmanda nele. Ela não é um anjo, e tem mais: Estão preparados para odiá-la? É isso o que vai acontecer nos próximos capítulos", adianta atriz.

Clara interpreta uma moça de 18 anos mas é seis anos mais velha. Filha de um nigeriano (Chiedu Moneke) com uma brasileira (Marilene Pereira Mariano, falecida há dois anos), ela nasceu em São Paulo, mas se mudou para Campo Grande, Zona Oeste do Rio, aos quatro anos, após a separação do pais.

Descobriu que queria ser atriz muito cedo. Passou a infância e adolescência fazendo cursos e oficinas não só de técnicas de atuação cênica, mas de figurino e cenografia, por exemplo. Depois de dez anos, em 2017 Clara resolveu entrar na faculdade de Hotelaria na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica, e se afastou da arte.

No ano passado, ela recebeu um convite para fazer um teste para o elenco da série (ainda inédita) "Amar é para os fortes", do Prime Video da Amazon, criada por Marcelo D2 em parceria com Antonia Pellegrino: " A agente da série me ligou convidando. Eu disse que não queria fazer o teste, porque estava empregada e a arte nunca tinha me dado nada vida. Fui muito a contragosto e acabei aprovada. Troquei um trabalho de carteira assinada pelo contrato de uma série e de lá para cá, as coisas vêm acontecendo para mim."

Clara assume que nunca pensou em trabalhar na televisão porque simplesmente não se via representada. "A questão do colorismo no Brasil é muito forte. Me emociona em saber que posso ser primeira jovem preta retinta a ter um papel importante em uma novela. Sempre foi raro uma mulher preta como eu, escura e com o cabelo crespo na televisão. A gente tem Taís Araújo, Juliana Alves e a Sheron Menezzes, todas maravilhosas, estão lutando há anos, mas não são retintas. Quanto menos eu via mais eu achava que era impossível, um lugar distante", justifica Clara, que também falou sobre racismo.

"Dizer que não sofri, não existe porque o racismo é estrutural, mas em relação a trabalho, graças a Deus eu sempre fui muito blindada. Acredito que isso tem muito a ver com a minha postura. Tive o ensinamento dentro de casa que não importa onde eu esteja eu sempre vou agir como a dona do lugar".

Em foto colorida, mulher de vestido laranja e turbante sorri
Clara Moneke - Divulgação/Fernando Young
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