'Queremos um país de pensamento livre e democracia plena' diz Tony Ramos
Vivendo bicheiro em 'Encantado's', ator comemora ser um dos poucos brancos do elenco
Ele já foi coronel, engenheiro, mecânico, empresário, saxofonista, dono de livraria e interpretou mocinhos e vilões. Mas Tony Ramos, 74, nunca foi bicheiro nem precisou usar uma peruca na composição de um personagem. É exatamente isso que acontece em "Encantado's", nova série do Globoplay.
Na trama, o ator interpreta Madurão, rival dos irmãos Olímpia e Eraldo (interpretados por Vilma Melo e Luis Miranda) que sonha em comprar o terreno onde fica o supermercado dos protagonistas para construir um cassino clandestino. A produção, criada pelas roteiristas Renata Andrade e Thais Pontes, tem redação final de Chico Mattoso e Antonio Prata, este último colunista da Folha.
A comédia começou a ser rodada no começo do ano, e Tony Ramos foi um dos primeiros a aceitar o convite para participar do projeto com 11 episódios. "Assim que me convidaram, li a sinopse e o roteiro e falei: ‘Quero fazer parte desse momento histórico da Globo’", revela o ator que vem de um hiato de quatro anos sem fazer trabalhos longos na televisão. O último trabalho havia sido a novela "O Sétimo Guardião" (2018), de Aguinaldo Silva.
Na nova série, Tony Ramos é um dos poucos brancos do elenco. "É fundamental mostrar que não é cor de pele que vai nos diferenciar. Somos, definitivamente brasileiros, que queremos um país de pensamento livre e democracia plena. Mais do que isso, o respeito a cada um de nós", destaca.
Outra novidade para o ator é que se trata de sua primeira produção para o streaming. "É mesmo! Bem lembrado, mas adoro fazer novelas, viu?", explica ele, que adianta estar escalado para uma trama aberta no ano que vem, mas não quis adiantar o nome nem o autor da produção.
Com 47 anos de Globo, o ator também comemora o fato de continuar sendo chamado pelos autores da casa para qualquer formato. Ele conta que tem contrato fixo com a Globo até 2025. "Tenho consciência de que a empresa tem uma nova política sobre a questão do vínculo. Essa é a minha realidade e quando terminar o meu contrato fixo e eles não me quiserem mais, eu vou à luta, eu vou à vida", afirma.
De forma elegante, o ator também comenta uma repercussão que ainda ecoa no meio artístico: as declarações homofóbicas feitas por Cássia Kis em uma live com a jornalista Leda Nagle, no final de outubro. "Antes de qualquer coisa, tenho que falar que Cássia é uma grande atriz e, claro, que certas afirmativas foram surpreendentes para mim. Não me cabe o julgamento, cabe a mim apenas uma surpresa lamentável", finalizou ele.
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