Dança dos Famosos: Em temporada de baixas, mulheres dominam e fazem 1º pódio feminino
Danielle Winits, Giullia Buscacio e Lucy Ramos contam como encararam o quadro
Danielle Winits, Giullia Buscacio e Lucy Ramos contam como encararam o quadro
O Dança dos Famosos 2020 ainda vai anunciar oficialmente quem ficou em primeiro lugar, mas já se pode cravar pelo menos uma coisa: será uma mulher. Pela primeira vez desde 2005, quando o formato começou a ser exibido como quadro dentro do Domingão do Faustão (Globo), o top 3 é exclusivamente feminino. Ele é formado pelas atrizes Danielle Winits, 47, Giullia Buscacio, 23, e Lucy Ramos, 38.
"Eu achei fantástico ver as meninas chegarem à final", diz Winits em entrevista ao F5. "Estava torcendo também para o André [Gonçalves, marido dela, que também estava participando da edição], assim como para todos os meninos. Mas vejo essa final como uma celebração feminina. São muitas questões que resvalam na mulher: a falta de crença, de autoestima, de reforço positivo."
"É muito significativo", concorda Ramos. "Num momento em que estamos lutando cada vez mais por igualdade, pelo nosso espaço, para termos mais voz na sociedade, vemos a nossa força sendo testada e exibida na TV. E mostrando o quanto somos capazes e fortes."
Caçula do grupo, Buscacio também endossa o discurso. "Para mim é muito legal saber que a gente pode mostrar esse espaço de força e de garra. Tenho certeza que foi um desafio para nós três, fico muito feliz de poder dividir com essas mulheres", avalia. "Temos muitos pontos em comum, além da dança. Estou muito feliz só de estarmos juntas aqui, sei como foi batalhado para estar nessa final."
E, realmente, chegar à final do Dança neste ano não foi nada fácil. A temporada, que começou com o uso de máscara no palco, chegou ao final com boa parte dos participantes (famosos e professores) tendo passado por problemas médicos —alguns relacionados à Covid-19 (veja quadro abaixo).
"Foi uma temporada desafiadora para o elenco, para a equipe e, também, para o pessoal de casa", resume Buscacio. "O que nós tentamos com o quadro foi levar um pouquinho da alegria para as pessoas. Quando dancei o samba, por exemplo, quis levar um pouquinho do Carnaval que ainda não sabemos se vai ter."
Mas claro que isso também afetou os participantes em diversos momentos. "Por estarmos todos vivendo a pandemia, de vez em quando um parente ou colega de elenco pega Covid", lembra Buscacio. "A pandemia vem mostrando que temos que olhar mais uns para os outros. Se não fosse pela equipe, pelo professor, nada estaria acontecendo. Nós não fazemos nada sozinhos."
Ramos, cujo professor teve de ser substituído porque pegou coronavírus e chegou a ficar uma semana afastada por precaução, concorda. "O Dança é um quadro que leva alegria para as pessoas, que faz o pessoal de casa se divertir e esquecer um pouco a vida... E, neste momento, é o que mais precisamos", avalia. "A realidade está dura e difícil de lidar. E ver toda uma equipe comprometida com o propósito de levar alegria, isso me alimenta emocionalmente."
Já Winits elogia a "rigidez de protocolos para fazer o show acontecer". Além de tudo, ela teve de lidar com uma torsão no tornozelo que a deixou de molho por algumas semanas —ao retornar, ela precisou usar uma tala para não comprometer o tornozelo. "Em nenhum momento a equipe me deixou esmorecer", agradece.
"O rompimento do meu ligamento poderia ter me tirado do quadro", afirma a atriz. "Mas, da mesma forma como eu acho que fomos abraçados, tive comprometimento de não aceitar o percalço. Eu dançaria até num pé só (risos)."
Nesta grande final –gravada na sexta passada (18)–, as três finalistas vão se apresentar na valsa e no tango. É a única vez na temporada em que elas precisam aprender dois ritmos diferentes em apenas uma semana. "Olha, é um mega desafio", diz Ramos.
"Ensaiar um já é difícil, dois então... Mas eu estou bem focada. Estou respirando o Dança dos Famosos. Os últimos dias têm sido totalmente dedicados ao programa. Tanto a valsa como o tango, são dois ritmos difíceis. Mas, se tiver que eleger um, o tango me preocupa mais (risos). Ele tem um ritmo mais marcado e uma intensidade das ações. Mas estou amando todo esse processo."
Buscacio diz que o funk foi o ritmo em que mais se divertiu. Ela conta que está com "medinho" de ter que decorar duas coreografias. "É uma alegria estar na final, mas é um desafio maior ainda. São dois ritmos bem diferentes um do outro, cada um tem uma energia, a valsa tem leveza e o tango, intensidade."
"Eu me acho uma pessoa intensa, mas ainda assim é complicado pela precisão dos passos", admite. "Além disso, estou tendo contato pela primeira vez na minha vida. Acho lindo, mas conheço mais do que eu via em filmes. Tenho um olhar de admiração e responsabilidade pelo ritmo."
Winits, por sua vez, conta que não consegue classificar os ritmos por nível de dificuldade e que todo o quadro foi um "prazer enorme e um desafio gigante". "Com certeza foi o trabalho mais difícil que eu fiz na vida", afirma. Porém, ela indica a experiência para todo mundo. "É uma transformação para a vida", diz.
"É um trabalho que renova o olhar das pessoas em relação a elas mesmas, modifica quem está participando. Muda os seus desafios e a sua disponibilidade para a superação, porque mesmo quando você acha que é impossível, você tem que ir lá e fazer", acrescenta.
"O quadro é como se fosse um resgate de mim mesma", avalia. "Não sou competitiva e nunca fiz nem uma linha no bingo, foi a primeira vez que me permiti ter essa sensação de chegar à final de algo. O Dança veio num momento em que eu precisava acreditar muito em mim."
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