Fernanda Gentil diz se inspirar em Ellen DeGeneres e fala sobre nova fase da vida: 'Não abro mão da espontaneidade'
Apresentadora viaja pelo país com o espetáculo 'Sem Cerimônia'
Apresentadora viaja pelo país com o espetáculo 'Sem Cerimônia'
Quando Fernanda Gentil, 32, decidiu deixar o jornalismo esportivo para se aventurar no entretenimento, não imaginava que seria uma passagem difícil. "Achei que fosse tirar mais de letra, mas foi um dia bem dolorido para mim. Chorei muito", conta ela sobre sua despedida como apresentadora do programa Esporte Espetacular, em dezembro de 2018.
Por que mudar, então? Segundo a apresentadora e jornalista, ela precisava de novos desafios. "São ciclos, né. O meu desafio ali estava quitado. Em dez anos de esporte na casa [Globo], cobri três Copas, duas Olimpíadas. Precisava me movimentar mais."
Embora o formato de seu novo programa na Globo ainda não esteja definido –a previsão é que entre no ar no segundo semestre–, a jornalista já se diz realizada com os novos rumos de sua carreira, que incluem uma peça de teatro e um filme.
Os dois projetos podem dar indícios de que Fernanda quer investir em ser atriz, certo? "Não, não tenho essa pretensão", responde ela. "Muito difícil, gente, menor chance. É muito mais fácil não ser e brincar de ser [atriz]", diverte-se.
A apresentadora poderá ser vista nas telas dos cinemas a partir de outubro, no filme adolescente “Ela Disse, Ele Disse” . Gentil conta que só topou participar do longa após convite da escritora Thalita Rebouças, sua amiga e autora do livro homônimo no qual o filme é baseado.
"Ela falou: 'Quer?' E eu respondi: 'Ah, tá bom. Por você, né'", conta. "O filme fala muito sobre essa vida de adolescente, o primeiro amor, o primeiro dia de escola nova. Foi muito gostoso, gravamos no início do ano", completa Gentil, que interpreta a mãe da protagonista Rosa, papel da atriz Duda Matte.
Já nos palcos, a jornalista estreou em março com o espetáculo "Sem Cerimônia", escrito e protagonizado por ela. "Eu já começo falando: Isso não é uma peça e eu não sou atriz. Sou uma contadora de histórias, e isso é um bate-papo", conta.
Para Fernanda Gentil, trata-se de uma conversa com o público na qual ela também propõe reflexões. "Falo muito de respeito, conto toda a minha vida, pessoal e profissional, falo de fake news. Tudo com humor, leveza e dinâmica com o público. E há momentos para dar uma sacudida também, não é só risinho, não."
"Sem Cerimônia" segue em turnê pelo Brasil, e a previsão é que São Paulo receba a peça apenas em 2020. Além das apresentações no teatro, a jornalista exibe parte do espetáculo em palestras e convenções de empresas.
"Mostro o filé mignon da peça e está sendo muito legal, porque é um público diferente que, normalmente, é mais quadrado, tem uns caras importantes, e o [espetáculo] desconstrói completamente. A ideia é exatamente essa, tanto da peça quanto da palestra", resume.
Casada com a também jornalista Priscila Montandon e mãe de Lucas (afilhado que adotou), de 11 anos, e de Gabriel, 3, Gentil diz acreditar que seu senso de humor é um aliado na tarefa de enfrentar a vida. "Não que eu não sofra, mas esse meu jeito me ajuda a dar ao problema o tamanho exato que ele tem. Só isso. Mas já me ajuda bastante, porque temos muitos problemas. Todos nós. Eu, inclusive. Acho que o público se identifica muito com essa minha naturalidade."
Longe do jornalismo esportivo, Fernanda Gentil se prepara para comandar um programa de entretenimento na Globo, ainda sem nome, horário ou data de estreia. Segundo ela, a atração está em fase "embrionária". Inicialmente, a previsão era que o programa fosse ao ar ainda no primeiro semestre deste ano, mas o projeto acabou adiado.
"Como qualquer projeto grande, sofre alterações. Prazos caem, projetos mudam e planos se alteram", diz ela, mostrando incômodo com as notícias que circularam na mídia de que ela estaria "na geladeira" na TV Globo. Apesar da indefinição, já é quase certo que o programa será diário. Além disso, a jornalista dá algumas pistas dos conceitos que vão nortear a atração: humanidade, leveza e alto astral.
"É quase como um carinho no telespectador. Eu bato muito nessa tecla: nós estamos em um ano muito difícil, já aconteceram coisas muito pesadas e tristes. Queremos passar uma mensagem leve, para cima, animada", conta.
Em sua trajetória no jornalismo, Gentil ficou conhecida e conquistou o público por sua espontaneidade diante das câmeras. Para ela, manter essa naturalidade é o mais importante neste novo momento da carreira.
"Eu prezo muito por isso. Mostrar que, na verdade, não há diferença entre quem está no sofá e quem está na televisão. Mas a gente só consegue mostrar isso com naturalidade, quando não sobe no pedestal, quando não veste o personagem", afirma.
Por outro lado, ela tem consciência de que ser espontânea pode levar a algumas falhas. Quem não se lembra de Fernanda Gentil estendendo a mão para um cego, durante a apresentação de um programa na SporTV, na Copa de 2010? A cena acabou viralizando anos depois na internet, quando a jornalista já era uma famosa apresentadora da Globo.
"Cometo várias gafes, erro para cacete, choro ao vivo, cumprimento o ceguinho. [Ser natural] dá brecha para isso. Mas não abro mão dessa espontaneidade, nunca."
Uma de suas maiores inspirações para esta nova fase, ela conta, é a apresentadora norte-americana Ellen DeGeneres: "Nossa, ela é foda. E ela também é muito espontânea, um ícone."
Após dois anos na Rádio Globo, a emissora anunciou nesta quinta-feira (30) que Fernanda Gentil e outros nomes conhecidos do público, como Adriane Galisteu e Maju, foram dispensados. Em nota, a empresa diz que está mudando o seu estilo para dar mais espaço à música popular. O novo formato estreia dia 15 de julho.
Fernanda Gentil apresentava o programa Papo de Almoço e, também, integrou o elenco do Convocadas. Em publicação em seu Instagram, ela disse que aprendeu muito e que sabe do esforço diário dos veículos de comunicação para seguirem "(sobre)vivendo".
"Esse tempo de Convocadas e Papo de Almoço me deram muito: reflexões, lições, gargalhadas, emoções, e agora já me trazem muita saudade também... mas não tem jeito - nos tempos de hoje quem não dança conforme a música fica parado. E tudo o que vocês estão fazendo é justamente o contrário: se mexendo, reinventando e reformulando a todo momento para que não fiquem parados nessa linda metamorfose ambulante que é o mundo em que vivemos."
A jornalista também disse que vai fazer das últimas quatro edições do Papo de Almoço, "o melhor 'até logo' de todos".
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