No ar em 'Segundo Sol', Ingra Lyberato diz que casamento influenciou caminho de sua carreira
Atriz ficou 17 anos fora da TV até voltar como traficante de drogas
Musa dos anos 1990, a atriz Ingra Lyberato interpreta uma personagem, em "Segundo Sol" (Globo), que é diferente de tudo o que já fez. Famosa por dar vida a Ana Raio na novela “A História de Ana Raio e Zé Trovão” (1990), da extinta TV Manchete, Ingra, hoje com 52 anos, vive Fátima, uma chefe de família que também trafica drogas.
"Nunca tinha feito uma mãe de família com essa pegada maternal e bandida ao mesmo tempo”, afirma Ingra. Suas personagens anteriores, diz ela, eram mais trabalhadas na estética e na sedução. “Fiquei muito feliz quando me chamaram para fazer o teste”, conta.
Apesar de seu passado conhecido nas telas, não foi o destino que levou Ingra de volta à TV. “Quando quero participar de um projeto, comunico que estou interessada. Com a novela, fiz o mesmo: falei com a produção e disse que queria fazer.”
O que chamou a atenção de Ingra para “Segundo Sol” foi o fato de o enredo se passar na Bahia, sua terra natal. Para viver Fátima, Ingra pôde libertar seu sotaque original. “Ele foi muito bem-vindo na novela, fiz até um trabalho para soltá-lo mais”, conta a atriz. Antes de “Segundo Sol”, foi somente em “Tieta” (Globo, 1989), também passada na Bahia, que a atriz teve a chance de explorar o sotaque com liberdade.
Apesar da saudade das raízes, hoje Ingra se divide entre Rio, por conta do trabalho, e Porto Alegre (RS), por causa do filho, Guilherme. Depois de participar da novela “O Clone”, em 2001, ela se casou com o músico gaúcho Duca Leindecker e deixou as produções de TV de lado. O casamento acabou em 2012.
Apesar de se dar bem com o ex, Ingra conta que o relacionamento influenciou no caminho de sua carreira. “Quando eu era mais nova, achava que, por estar apaixonada, minha vida profissional perdia a importância. Mas hoje penso diferente.”
Mesmo com as mudanças, a artista fala que não deixou de atuar nos 11 anos em que viveu em Porto Alegre. “Atuei e produzi peças de teatro e fiz cinema. Não trabalhava tanto quanto no Rio, mas fiz um filme e até ganhei prêmio”, diz, referindo-se ao Kikito (Prêmio do Festival de Gramado) de melhor atriz, que recebeu por “Valsa para Bruno Stein”, em 2007. “Essa é a minha profissão, é o que sei fazer”, avalia.
Para o futuro, Ingra planeja três produções de séries sobre cavalos: “As Amazonas”, “Cavalgadas” e “Peões, Vaqueiros e Outros Cavaleiros”. Um segundo livro e um documentário sobre seu pai, o artista plástico e cineasta Chico Liberato, também estão em produção.
ATRIZ PREPARA SEGUNDO LIVRO
Ao se aproximar dos 50 anos, Ingra Lyberato lançou, em 2016, um livro chamado “O Medo do Sucesso”. Uma mistura de autobiografia com autoajuda, a obra reúne reflexões sobre o processo de envelhecimento e autoconhecimento. Trata-se de um livro de memórias da artista.
"Sempre gostei de escrever, mas tinha medo de me expor”, conta a atriz. “Mas naquele momento da minha vida, achei que tinha de me livrar desses medos."
Para ela, abrir o jogo sobre seus erros e receios foi parte de um processo de cura. “Comecei a olhar para trás e quis entrar em um novo ciclo. A partir dessa reflexão, minha vida começou a deslanchar”, conta. A decisão de voltar para a TV depois de tanto tempo afastada foi parte desse movimento de autoconhecimento.
Confiante, a atriz está escrevendo um segundo livro, para ser lançado em breve. Desta vez, Ingra pretende se aventurar pela ficção. “Tive muita dúvida, porque, no primeiro livro, a realidade foi o que trouxe sucesso, mas, para ter liberdade narrativa, acabei optando pela ficção.”
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