Vencedor do 'MasterChef', Pablo Oazen defende culinária que reforce a diversidade cultural brasileira
Pablo Oazen é mineiro, pai da pequena Eduarda e dono de um gastropub. É também o novo "MasterChef Profissional", título conquistado nesta terça (5), após enfrentar o chef Frederico Pinheiro na final.
Além da conta com R$ 200 mil, o vencedor ganhou uma viagem para Dubai (com tudo incluso), vale compras de mil reais por mês e novos utensílios de cozinha. Como ele mesmo definiu, o chef estava "só felicidade". Para ele, além do título, estava também a conquista de novas possibilidades --incluindo o sonho de abrir um restaurante em São Paulo.
Pablo comenta que o momento, embora merecido pelos dois chefs, poderia ser vivido por muitos participantes. "Tinha muita gente boa aqui". Para ganhar, segundo ele, foi necessário "um conjunto entre estar preparado e [ter] sorte".
Na final, a proposta era cozinhar um menu completo, com seis pratos: duas entradas, dois pratos principais e duas sobremesas. Oazen optou pela escolha de ingredientes não tão refinados, o que deu nome ao seu cardápio, "Do lixo ao luxo".
Nas entradas, o mineiro escolheu fígado de frango e mexilhões, itens pouco valorizados na alta gastronomia. Outras escolhas consideradas arriscadas foram as das proteínas principais. Enquanto seu adversário cozinhava um carré de cordeiro e um robalo, Pablo apostou em uma singela truta e um corte de língua --que foram muito elogiados pelos jurados.
Em todos os pratos, inclusive na sobremesa inspirada no clássico mineiro romeu e julieta, o destaque era de sabores típicos brasileiros. Sobre isso, o "MasterChef" explica: "Eu não tive que criar pratos. Peguei técnicas que já tinha feito e fui juntando".
Sobre a escolha dos ingredientes, ele acrescenta que não acredita numa cozinha genuinamente nacional e acha que é válido acrescentar ingredientes que abrilhantem os sabores da culinária local. "A gente é um país de imigrantes, temos que reforçar nossa parte eclética", disse.
RENASCER DA CULINÁRIA BRASILEIRA
Na final do programa, os jurados Henrique Fogaça, Paola Carosella e Erick Jacquin reforçaram a qualidade dos pratos servidos ao longo da segunda temporada de "MasterChef Profissionais".
Para eles, o momento é propício para um renascimento da culinária brasileira, hoje digna reconhecimento internacional. Para Pablo, esse processo deve acontecer de maneira horizontal, com a união dos chefs.
"Todo mundo ficou muito amigo". Ele acrescenta que a valorização da culinária autoral brasileira deve partir de dentro e cita um episódio em que os chefs espanhóis se uniram em um movimento como inspiração para a apelidada renascença da gastronomia nacional.
"O Brasil precisa disso na gastronomia. Dos chefes brasileiros valorizarem os chefes brasileiros. Tem muita gente boa no Brasil, tem muito produto bom. A gente só vai evoluir se nos unirmos", completou.
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