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Música

'Abri show para o Coldplay, mas o pior foi cantar olhando para Gil', revela a cantora Iza

'A responsabilidade social é o que me deixa mais maluca', diz artista

Iza faz ensaio do programa "Música Boa Ao Vivo", em São Paulo
Iza faz ensaio do programa "Música Boa Ao Vivo", em São Paulo - Iwi Onodera/UOL
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São Paulo

Indicada ao Grammy Latino e vencedora como revelação do Women  in  Music  Awards, da Vevo, Iza já foi elogiada por artistas internacionais, abriu show para o Coldplay e cantou ao lado de Gilberto Gil. É também apresentadora do Música Boa Ao Vivo, do Multishow

Aos 28 anos e com apenas um disco lançado oficialmente, "Dona de Mim", a cantora carioca explica, em entrevista, como é atender a expectativa alheia quando o sucesso vem tão rápido.

Iza ainda comenta o seu primeiro videoclipe oficial, da música "Dona de Mim", que vem cheio de simbolismos e significados e já tem mais de 5 milhões de visualizações. Diz não pensa em carreira internacional agora e quer que sua vida pessoal fique longe dos holofotes.

F5 - Levou um mês para gravar "Dona de Mim" e ele é cheio de detalhes. Que significados estão escondidos nele?
Iza - 
O clipe é gravado em diversos lugares, como um tribunal, uma escola, em uma casa e termina na igreja. A gente não quis dar uma ideia de religião, mas quis trazer uma energia de fé, de coragem e de união, só com mulheres na igreja.
No clipe, nada é por acaso, principalmente as minhas roupas. No meio do júri do tribunal, eu negra, estou toda de branco, no meio de um júri formado só de brancos. Há um terno em que está escrito mulher por todo ele. A roupa que eu uso nas cenas da igreja tem toda a letra da música. O quadro na escola tem coisas escritas atrás de mim. Tem bastante referência, tudo foi feito com bastante detalhe.

Um fã seu, o artista Chris Defreyn fez uma boneca sua. Você o conheceu pessoalmente?
Eu o conheci sim e pedi para que ele me dessa a boneca! Mas ele disse que usa um mesmo modelo para ir estilizando, infelizmente. De criança, eu nunca me vi na Polly ou na Barbie, eu queria me sentir representada também. E, olha, como eu recebi pedidos. Quem sabe eu consigo comercializar. Reclamei tanto da falta de bonecas que outros artistas me mandaram modelos inspiradas em mim e agora estou com uma coleção delas. 

Há um vídeo na internet que te mostra completamente chocada ao ouvir que foi indicada ao Grammy. O que você sentiu naquela hora?
Fiquei mortificada. Estou normal por fora agora, mas continuo sendo aquela pessoa do vídeo por dentro. É o maior prêmio da música e não esperava nunca ser indicada pelo meu primeiro trabalho. Estou concorrendo com Erasmo Carlos. O que é isso, pelo amor de Deus? 

Que tipo de responsabilidade você sente que a fama lhe trouxe?
Já tenho uma responsabilidade muito grande com o meu trabalho por ser uma pessoa pública. É complicado lidar com a expectativa com as pessoas. A responsabilidade social, então, é o que me deixa mais maluca. Lembro como era importante eu me ver em artistas quando eu era mais nova, então eu sei o que as meninas que me seguem sentem. As meninas dizem que se sentem estimuladas a fazer o que amam, por se inspiram em mim e isso não tem preço. Mas sei que quando eu fraquejo, elas estão esperando que eu seja forte. Elas não estão no meu dia a dia para ver esse outro lado e eu sei que posso chorar, mas não na frente delas.

Você foi convidada para cantar com Cee Lo Green e abriu show para Coldplay. Já pensa em carreira internacional?
Eu sonho em cantar para sempre para o maior número de pessoas que eu puder. Mas carreira internacional é algo que as pessoas não têm noção do quão trabalhoso isso é. Anitta está aí dando certo, porque ela trabalhou duro. Não quero pensar nisso agora, acho que está muito cedo, estou apenas começando. As pessoas ficam nessa porque tem muita coisa acontecendo e cria-se uma expectativa, mas eu só lancei duas músicas e um álbum, calma pessoal. 

A sua fama cresceu muito nos últimos dois anos. Qual foi a apresentação que te deixou mais nervosa?
O show de lançamento que fiz para 3.000 pessoas. Já havia cantado para mais gente, mas era a minha primeira apresentação mais autoral e, por isso, fiquei bem tensa. Agora, o mais louco da minha vida foi abrir para o Coldplay. Fiquei muito nervosa, só de lembrar, eu fico nervosa. Foi a produção da banda que me escolheu para estar lá, então, eu já fui lá sabendo que não poderia decepcioná-los. Quando apaga a luz, todo mundo acha que vai aparecer o Chris Martins, mas aparece a Iza, que não tem nada a ver com ele. Fiquei com muito medo da reação do público. Foi antes do Rock in Rio e era em uma arena. Olhei para cima e vi gente, era gente demais. Mas entro no palco e assumo a personagem, e dá tudo certo.

Depois disso ficou acostumada?
Nada. O pior mesmo foi um show para 30 pessoas que fiz com Gilberto Gil. Porque em um show grande, não tem cara, é uma massa. Mas, naquele momento, só via Gil, e é muita pressão. 

Como você lida com a vida pessoal sendo exposta?
Quando eu trabalhava com edição de vídeo, eu ficava lá na cadeira até a hora de sair e na rua eu continuava sendo a mesma pessoa. Agora, quando eu vou fazer compras, é a Iza que está no supermercado. Estou almoçando, e as pessoas vêm pedir uma foto para a Iza, mas eu sou uma pessoa normal que está comendo.
As pessoas não entendem que isso é só um emprego. Mas, como isso não tem controle, eu procuro me preservar o máximo que posso e não posto nada da minha vida. Se eu der esse espaço, as pessoas vão começar a achar que elas podem fazer parte dele. É legal que os fãs me reconheçam, e eles são uns amores, mas foi precisei aprender a lidar com isso.

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