Diversão

Confirmado no novo Amor e Sexo, Eduardo Sterblitch estreia em SP comédia sobre egoísmo

Artista faz anti-herói em 'O Rei do Mundo', no Teatro Procópio Ferreira

Eduardo Sterblitch
Eduardo Sterblitch - Raquel Cunha/Folhapress
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Fabiana Seragusa
São Paulo

​A peça que Eduardo Sterblitch, 31, acaba de estrear na capital paulista tem aquele viés provocador característico de seus trabalhos. Escrita e dirigida pelo prestigiado dramaturgo Roberto Alvim, “O Rei do Mundo - Uma Comédia Sobrenatural” é uma livre adaptação do clássico “Peer Gynt”, do norueguês Henrik Ibsen (1828-1906), e mostra um homem egoísta e sem escrúpulo em busca de poder. Enquanto ri, o público é levado a refletir sobre o bem e o mal que estão em cada um de nós e sobre como pode ser mais fácil ser alguém pior.

Confirmado na nova temporada de Amor e Sexo, com estreia prevista para 9 de outubro, na Globo, o artista diz ter aprendido com o programa muito mais do que apenas as duas palavrinhas do título. “Ele me ensinou a ser um cidadão melhor, a ser uma pessoa melhor, alguém mais responsável com as coisas e mais sensível com as outras pessoas.”

A seguir, leia o que Sterblitch acha sobre o aspecto reflexivo de seu mais recente espetáculo, em cartaz às quintas-feiras no Teatro Procópio Ferreira, até 27 de setembro, e mais detalhes do próximo Amor e Sexo, com apresentação de Fernanda Lima e novos convidados. 

Parceria na peça

“Quando veio o convite do Roberto Alvim [para participar do espetáculo] eu fiquei superentusiasmado, mas não era pra ser uma comédia, era pra ser uma adaptação real de Ibsen”, conta o ator. O projeto foi adiado devido à dificuldade de viabilização, e só dois anos depois a conversa voltou. “Mas ele estava com uma ideia de fazer uma comédia, seria a primeira dele”, diz, referindo-se a Alvim, que até então, em seus 27 anos de carreira e mais de cem espetáculos no currículo, só tinha assinado outros gêneros.  

“Também seria nosso primeiro trabalho junto e a primeira peça que eu faria junto com a Lou [Louise D’Tuani], minha esposa. É meio um melodrama de circo, sabe, parece que a gente está viajando com um cirquinho, me dá uma impressão de companhia de teatro.” No elenco também estão Claudinei Brandão, Diego Becker e Thiago Brianti.

Anti-herói em cena

“O personagem é um anti-herói, um cara que faz de tudo pra poder dar certo na vida dele. Ele escala a montanha mais alta pra isso, mas, quando está lá em cima, percebe que aquela era a montanha errada. Não necessariamente a mais alta é a certa. E aí ele se percebe rei do mundo, mas o rei do mundo dos canalhas, o rei do pior tipo de gente que existe. Então a gente vê a trajetória de um tipo de pessoa que a gente pode se tornar e percebe que é muito mais fácil se transformar em um merda, digamos assim, do que em uma boa pessoa. E os merdas super se fantasiam de boas pessoas também. É muito delicado o assunto. Conta a história um pouco do nosso egoísmo, do nosso ego, porque está todo mundo olhando pra si, querendo comprar arma pra se defender, e a vida é muito mais complexa que isso.” 

“É um bom momento de fazer esse personagem porque eu posso brincar não só com o que eu aprendi de humor com o DEZnecessários [grupo de comédia], com o “Pânico” [programa de TV] e como palhaço também, mas com o que eu aprendi de teatrão durante a vida inteira e que desde moleque sempre quis fazer. Depois de ficar muito popular na televisão, estou tendo a chance de refazer o que eu fazia antes, sabe. Isso é muito legal pra mim, é tipo romântico.”

Reação do público

“Normalmente, é o publico que se aprofunda mais no assunto da peça e vem conversar. Eles não querem simplesmente tirar uma foto com a gente, com o elenco, eles querem falar sobre o que refletiram, é muito legal isso. Reflexão é a palavra que eu mais ouço, que as pessoas refletiram sobre elas mesmas, sobre o pior que pode ter dentro delas e que a gente tem que controlar isso. Porque todo mundo tem um lado bom e um lado ruim dentro de si, e a gente tem que aprender a controlar isso responsavelmente.”
“Tem trechos na peça que um personagem é super machista. E algumas pessoas às vezes dão risada, o que é assustador, inclusive pra pessoa que ri. Porque, se em um lugar com, sei lá, 300 pessoas, só ela riu, então naquele momento ela entendeu que aquilo não é uma piada. É muito legal quando você se percebe educando o público e sendo educado por ele.”

Novo “Amor E Sexo”

A estreia da próxima temporada está confirmada para 9/10, na Globo, e traz novidades. “Entraram a [filósofa] Djamila Ribeiro e a [jornalista] Milly Lacombe no programa, e, meu Deus do céu, como eles ensinam sem você perceber que está aprendendo. Ensinam por osmose, só com a presença delas”, diz Sterblitch, que participa da atração desde o início de 2017. Segundo o site oficial, continuam na bancada José Loreto, Mariana Santos, Dudu Bertholini e Regina Navarro Lins.

“São muitas questões loucas que me fizeram filosofar e me fizeram aprender e reaprender a ser gente. É um programa que ajuda a fazer isso. E algo assim, na televisão aberta, eu acho muito legal, ‘pago muito pau’. Eu nunca imaginei responder isso, mas é um programa que incrivelmente me ensinou a ser um cidadão melhor, a ser uma pessoa melhor, uma pessoa mais responsável com as coisas e mais sensível com as outras pessoas. Aflorou em mim essa questão de respeito ao outro, de compreensão, de sensibilidade.” 

"O Rei do Mundo - Uma Comédia Sobrenatural”

  • Quando Quintas, 21h (até 27/9)
  • Onde Teatro Procópio Ferreira (r. Augusta, 2.823)
  • Preço R$ 60
  • Classificação 14 anos
  • Tel. (11) 3083-4475
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