Estreia neste sábado (8), no Ágora Teatro, em São Paulo, o es­petáculo "O Grande Inquisi­dor -Século 21". Com atua­ção e direção de Celso Frates­chi, a peça destaca um juiz da Igreja que persegue Jesus Cristo, que volta à Terra.

Cristo é sumariamente pre­so, interrogado, julgado e condenado à fogueira, sob alegação de estorvar a obra da Igreja. Essa versão do tex­to do russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881), tirada da obra "Os Irmãos Karamazov", é ambientada nos dias atuais.

Segundo Frateschi, o que instiga o público a assistir à montagem são as provoca­ções à reflexão que o prota­gonista propõe. O ator diz isso baseado na experiência, já que é a ter­ceira vez que interpreta o personagem do monólogo –Jesus, na peça, é represen­tado em pinturas de grafite.

"Os argumentos apresen­tados pelo inquisidor contra Jesus são perturbadores", adianta Frateschi. Para quem já o viu atuar em outra temporada do es­petáculo, ele promete algo diferente. "Esse é um dos
trabalhos mais instigantes da minha vida. É necessário muita pesquisa sobre a igreja e sobre a ideia de religião."

Para a construção de seu personagem, prepara-se há muitos anos. "A construção acontece muito além da sala de ensaio. O inquisidor ocu­pa a nossa cabeça e o nosso espírito o tempo todo, nos visitando nas horas mais in­sólitas e inconvenientes."