Tony Goes

'Por que o cinema brasileiro incomoda tanto?', pergunta Andreia Horta

Atriz estreia nova temporada como apresentadora de O País do Cinema

Andreia Horta
Andreia Horta - Marcus Leoni / Folhapress
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

“O momento atual é barra pesada”, diz Andreia Horta em entrevista por telefone. “Muita gente não entende a importância do nosso cinema. Mas por que ele incomoda tanto? Aliás, não é só o cinema. É toda a indústria do audiovisual, e o teatro também.”

A própria atriz responde ao questionamento. “Nós, artistas, somos inconvenientes para uma certa parcela da sociedade. Porque o nosso ofício é fazer a pessoa olhar para si mesma e refletir”.

Andreia, 36, está no comando do talk show O País do Cinema, cuja quarta temporada estreia nesta segunda (26) no Canal Brasil, às 23h30. É seu segundo ano à frente do programa, que teve Fabíula Nascimento como apresentadora em seus dois primeiros anos.

Conhecida pelos telespectadores como a protagonista Joaquina da minissérie “Liberdade, Liberdade” (2016) ou a vilã Lucinda da novela “Tempo de Amar” (2017), ambas da Globo, a mineira de Juiz de Fora também faz carreira no cinema. Seu papel de maior destaque foi em “Elis” (2016), a cinebiografia de Elis Regina, que lhe valeu o troféu de melhor atriz no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.

Em O País do Cinema, Andreia é muito mais do que uma simples mestre-de-cerimônias. “Eu me envolvi em todos os aspectos da produção. Sugeri nomes e assisti a todos os filmes citados pelo menos duas vezes”.

Os 26 episódios da nova safra foram gravados em março passado, em apenas duas semanas. “Às vezes eram três por dias, uma loucura”, ri ela.

Na estreia, Andreia conversa com Karine Teles e Otávio Müller, atores de “Benzinho”. O longa de Gustavo Pizzi foi o grande vencedor da última edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro: levou sete troféus, inclusive melhor filme, melhor direção e melhor atriz.

“Mas não temos a obrigação de falar apenas de filmes recentes”, acrescenta Andreia. “Em um dos novos episódios, eu entrevisto Louise Cardoso e Luiz Carlos Lacerda, a atriz e o diretor de “Leila Diniz”, que foi lançado em 1987”.

A atriz conta que um dos programas mais emocionantes foi sobre o documentário “Torre das Donzelas”, sobre mulheres aprisionadas pela ditadura militar. Ela foi às lágrimas com o depoimento da diretora Susanna Lira e da ex-prisioneira Rita Sipahi.

Também já aproveitou O País do Cinema para conseguir trabalho como atriz. O episódio em que entrevistou André Ristum sobre o filme “A Voz do Silêncio” lhe rendeu um convite para estrelar a minissérie “Colônia”, que estreia no Canal Brasil em 2020.

Na Globo, Andreia só será vista em meados do ano que vem, quando estrear a primeira novela assinada por Lícia Manzo na faixa das 21 horas, ainda sem título definido.

Antes disso, ela poderá ser vista no teatro, em São Paulo: estreia em outubro na peça “Jardim de Inverno”, uma adaptação para o palco do filme “Foi Apenas um Sonho”, sob a direção de Marco Antonio Pâmio. Ela fará o papel que foi de Kate Winslet na tela, e Fabricio Pietro, o de Leonardo Di Caprio.
 

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem