Lídia Brondi e o fascínio dos famosos que abdicaram da fama
O pessoal da minha idade lembra bem dela. Ao longo de toda a década de 1980, Lídia Brondi foi uma das maiores estrelas da nossa TV.
Seu jeito de atuar, sério e espevitado ao mesmo tempo, ajudou a criar personagens marcantes como a Solange Duprat da novela "Vale Tudo" (Globo, 1988) —aquela jornalista que chamava todo mundo de chéri.
E sua beleza era uma unanimidade. Lídia foi uma espécie de versão brasileira de Julia Roberts: a namorada ideal, com quem todos os homens sonhavam. Tanto que, quando posou para a "Playboy" em 1987, a revista lhe dedicou não um pôster ou um editorial com muitas páginas, mas todo um encarte separado.
Lídia estreou na Globo ainda adolescente, em 1975, na novela "O Grito". Mas só estourou mesmo em 1978, na clássica "Dancin' Days", de Gilberto Braga. Dali em diante, encadeou um sucesso atrás do outro.
Sua última novela foi "Meu Bem, Meu Mal" (1991), recém-reprisada pelo canal Viva. Sua última aparição no teatro foi no ano seguinte. E então, sem aviso, Lídia simplesmente sumiu de cena.
Na época, ela disse sofrer de síndrome do pânico, que faz com que suas vítimas não suportem as mínimas interações sociais. O fato é que ela não foi vista em público durante muito tempo.
No começo da década passada, surgiu a notícia de que Lídia estaria cursando Psicologia. Alguns anos depois, confirmou-se que ela havia aberto seu próprio consultório em São Paulo.
Em 2013, Lídia finalmente oficializou sua união com Cássio Gabus Mendes, a quem conhecera durante "Vale Tudo". Deram festa, mas não convocaram a imprensa.
Até que, nesta segunda-feira (10), uma foto sua causou furor na internet. A imagem em si não podia ser mais banal: Lídia e Cássio foram fotografados à mesa de um restaurante paulistano, sem muito glamour nem produção. Um casal qualquer jantando fora, ponto.
Mas a notícia logo se tornou a mais lida do dia no "UOL" e continua repercutindo. Nos comentários, as pessoas se perguntam: o que levou uma atriz de tanto sucesso a largar a carreira, no auge da fama?
A própria Lídia alega que simplesmente se cansou. Também nega que tenha sofrido da síndrome do pânico. Só queria fazer outra coisa.
Afinal, começara a atuar muito cedo. Aos 31 anos de idade, se perguntou se era aquilo mesmo o que queria fazer da vida. Não era.
Vinte anos depois, Ana Paula Arósio seguiu um roteiro parecido. Saiu da Globo e se enfurnou numa fazenda no interior de São Paulo. Até fez um filme depois disso, mas jamais quis retornar à rotina das gravações.
Lídia Brondi foi ainda mais radical. Mudou de profissão. Não foge mais das câmeras, mas também não as persegue. Como explicar isto para os participantes do "BBB" e às centenas de candidatos a subcelebridade?
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