Ex-'menino de ouro', Luiz Bacci foi rebaixado a bronze
Há menos de um ano, Luiz Bacci trocou a Record pela Band numa transação milionária. Havia acabado de renovar o contrato com a antiga emissora e, no comando da edição paulista do "Balanço Geral", estava incomodando a Globo. Mas não resistiu ao convite feito pela nova casa.
Embalado pelo apelido de "menino de ouro" dado por Marcelo Rezende, Bacci estreou programa próprio em agosto, o "Tá na Tela". Agora contando com um auditório, repetiu muitas das fórmulas que já aplicava com sucesso: entrevistas com artistas no ostracismo, denúncias descabeladas e bizarrices em geral.
Mas a audiência não veio. E muito menos os anunciantes, assustados com o tom sensacionalista e apelativo da atração. Para piorar, a pauta de Bacci muitas vezes batia com a do "Brasil Urgente" de Luís Datena, uma das maiores estrelas da Band. O veterano apresentador reclamou muitas vezes do jovem colega no ar, azedando de vez o clima entre os dois.
O "Tá na Tela" foi extinto no final de 2014 e Bacci transferido para o matutino "Café com Jornal". Verdade seja dita: ele melhorou os índices do jornalístico no Ibope. Mas não foi para isto que rompeu seu contrato com a Record.
Então a crise apertou. A Band se viu obrigada a encerrar diversos programas e a enxugar sua equipe. Bacci tornou-se um elefante branco, caríssimo e sem função. Também se sentindo insatisfeito, ele chegou rapidamente num acordo com os novos patrões. Rescindiu mais um contrato e voltou célere para a Record —ganhando a metade do que recebia um ano atrás.
Como que uma carreira que parecia tão promissora de repente andou para trás? O que foi que aconteceu? Uma conjunção de fatores. Bacci provavelmente deu um passo maior que a perna: ainda não estava "no ponto" para comandar seu próprio programa, e a baixa audiência média da Band tampouco ajudou. Como se não bastasse, a economia do país entrou em retração.
Todas as emissoras estão fazendo cortes, e o troca-troca de apresentadores nunca foi tão intenso. Celso Zucatelli, Edu Guedes e a própria Xuxa estão mudando de camisa (até Andressa Urach). E até a Globo, sempre imune às crises, não vem renovando os contratos de boa parte de seu elenco.
Por outro lado, a "volta do filho pródigo" não é um fenômeno raro na TV brasileira. O exemplo mais recente é Gugu Liberato. Defenestrado da Record alguns anos atrás, ele retornou fazendo barulho e dando boa audiência.
Luiz Bacci está de volta a um habitat que conhece bem. Mas, para sua carreira deslanchar de vez, ele precisa se decidir: quer fazer jornalismo ou entretenimento? A mistura mal temperada que andou oferecendo na Band prejudicou sua credibilidade, tanto que já está sendo chamado de "menino de bronze". Conseguirá recuperar o tempo perdido?
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