Sete planetas vão se alinhar no céu enquanto estrelas brigam na Terra
Me parece um bom momento para que cada um de nós comece a pensar em se acalmar, respirar fundo e tentar reencontrar sua órbita de humanidade
Nos próximos dias, 7 dos 8 planetas do Sistema Solar estarão visíveis ao mesmo tempo no céu, praticamente em uma linha reta. Esses planetas orbitam o Sol quase no mesmo plano, como se estivessem dispostos sobre um "prato" imaginário.
Cada planeta tem uma velocidade diferente: enquanto a Terra leva um ano para girar em torno do Sol, Júpiter leva quase 12 anos terrestres. Esse fenômeno atingirá seu pico em 28 de fevereiro de 2025, quando Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno poderão ser observados em uma mesma região do céu.
"Esse alinhamento só voltará a acontecer daqui a quatro séculos, no final do século 25", explica Roberto Costa, professor do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP.
O professor Roberto também ressalta que esse acontecimento, raro e bonito, não tem influência sobre a Terra. Mas não deixa de ser um convite à reflexão, especialmente agora, quando tantos líderes mundiais, famosos, anônimos, celebridades, astros e estrelas do nosso mundo, parecem estar totalmente desalinhados com o futuro da humanidade.
Qualquer detalhe mínimo se transforma em problema e vira motivo de briga. Nicolas Prattes é um exemplo. Depois de gravar a última cena da novela "Mania de Você", Nicolas fez uma postagem com a música de Frozen, 'Livre Estou'. Pronto.
Bastou para que isso fosse interpretado como uma queixa em relação aos rumos de seu personagem. Angélica comentou sobre manter sua paz e privacidade em família e isso já foi lido como uma indireta para que sua nora não postasse registros da vida privada da família em suas redes.
Mais um exemplo recente:
- Uma ONG entrou com uma ação civil pública contra rede Globo, pedindo uma indenização de R$ 1 milhão de reais. Por que? Porque no remake da novela "Renascer" a personagem da jovem Mariana (interpretada por Theresa Fonseca) chama o marido José Inocêncio (Marcos Palmeira) pelo apelido carinhoso de "painho". E isso poderia insinuar que eles teriam uma ligação "de pai e filha" com potencial de "dar mau exemplo" de uma relação incestuosa.
Ou seja, Globo está sendo processada por "apologia ao incesto". Eu me pergunto se todos os livros da literatura mundial, todos os filmes do cinema do planeta, que têm casais com significativa diferença de idade também poderiam ser processados pelo mesmo motivo. Mas, ok, a ONG está no seu direito de processar.
Nem vou mencionar o Big Brother para ilustrar a coluna, porque a ideia toda do reality é de fazer com que todos os astros colidam mesmo. Aparentemente, estamos todos tão perdidos que a briga alheia serve de alento e bálsamo para nossos problemas.
Mas aí vem a pergunta que ouvi hoje de Rossandro Klinjey, em sua coluna diária na rádio CBN:
-"Por que não temos mais a capacidade de dar a ninguém o benefício da dúvida? Porque julgamos todo mundo sempre pela pior perspectiva?"
Klinjey segue dizendo que todos nós carregamos mochilas invisíveis com as pedras que representam nossas lutas, nossos lutos, nossas dores, traumas e dificuldades. E que quando se julga alguém por uma atitude não temos ideia de como a pessoa chegou aquele estado de alma.
Se o passado nem sempre justifica atitudes agressivas, às vezes ele explica na linha do tempo. Porque mesmo que estejamos todos um tanto perdidos, ainda assim, nossa história de vida é um fio, uma corrente, fruto de muitas gerações e acontecimentos. As coisas não são isoladas, mesmo quando desalinhadas.
Nesta sexta (28), todos os planetas do Sistema Solar, menos a Terra, de onde observaremos tudo, vão se alinhar numa aparente linha reta. E me parece um bom momento para que cada um de nós comece a pensar em se acalmar, respirar fundo e tentar reencontrar sua órbita de humanidade e amor.
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