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Rosana Hermann
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Paolla Oliveira, manda essa gente se lascar!

É sempre triste ver a cobrança patológica que a sociedade impõe sobre os corpos das pessoas

Paolla Oliveira posa pra foto no barracão da Grande Rio, em Duque de Caxias (RJ) - Paulo Tauil - 19.dez.2023/AgNews
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Na quarta-feira (20) à noite, vi o nome de Paolla Oliveira nos assuntos mais comentados do Twitter e, por curiosidade, cliquei na hashtag. Imaginei que ela estivesse em destaque em referência a algum novo projeto profissional, por sua performance como sambista ou por algum detalhe sobre seu relacionamento com Diogo Nogueira.

Mas não. O "tema" era o corpo da atriz, mais precisamente, que ela teria "dado uma engordada", "perdido a forma" e que "a idade chega para todos". Sim, existem perfis que fazem esse tipo de comentário sobre Paolla Oliveira, uma mulher talentosa, gente boa, querida, feliz e que samba maravilhosamente enquanto celebra sua vida.

Teve um senhor, que se declara "um servo de Jesus Cristo" em sua bio, que comentou que a "idade chegou para ela", que está "com braço de merendeira", uma expressão tão preconceituosa, misógina e desagradável que faz a gente compreender por que o Messias não voltou nunca mais para o planeta Terra.

Felizmente, entre os mais de 2 milhões de views dessa postagem que comenta o ataque à atriz, há gente de bom senso. Porque qualquer pessoa que não seja infeliz, amargurada e nem recalcada consegue ver a graça de Paolla sambando, como fez @fanifraninha ao comentar: "Deus queira que a idade chegue pra mim da mesma forma que chegou assim pra Paolla Oliveira".

Sim, eu sei que tudo isso é comum em redes sociais, onde pessoas que se sentem blindadas pelo anonimato ou pela distância física usam seus perfis para exercer o ódio recreativo, liberar seus demônios interiores ou apenas gerar engajamento. A gente conhece o jogo.

Mas é sempre triste ver e rever a cobrança patológica que a sociedade impõe sobre os corpos das pessoas, como se todos fossem obrigados a atender eternamente a um padrão estético, uma armadura social onde somos todos obrigados a caber, sem nada sobrando ou faltando. E quem não se enquadrar exatamente nessa forma esperada será julgada, condenada e apedrejada nas praças públicas das redes sociais.

Eu realmente espero, do fundo do meu coração, que Paolla não tome conhecimento dessa gente infeliz e cruel que, ao desistir da própria felicidade, investe sua energia para que garantir que todos também sejam infelizes. Torço para que ela, tão maravilhosa e plena em sua alegria, não se deixe contaminar por pessoas com esse comportamento virulento.

Mas, caso esses comentários deselegantes cheguem até ela, já deixo aqui o meu conselho: não ligue. Essa gente tem, sim, acesso a todas as modernidades do nosso tempo, mas mentalmente eles continuam lá no tempo da pedra lascada e, por isso mesmo, o melhor a fazer, Paolla, é mandar essa gente se lascar!

Rosana Hermann

Rosana Hermann é jornalista, roteirista de TV desde 1983 e produtora de conteúdo.

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