Breve, nas manhãs da Globo, Maria Beltrão
Jornalista caiu na graça do público e pode abocanhar lugar de Patrícia Poeta
Paulo Vieira certamente foi a melhor ideia que a Globo teve em 2022. Tudo o que ele faz agrada, seja em quadros de humor no BBB, reportagens pelo Brasil no Fantástico, participações em programas de linha de show ou como criador de séries.
Inteligente, divertido, criativo, energético, versátil, carismático, original, Paulo é também extremamente popular. E tem uma qualidade essencial para fazer uma longa carreira na televisão: é uma pessoa agradável com todo mundo.
Outra decisão acertada foi tirar Maria Beltrão da Globonews e levá-la para a emissora-mãe, a TV aberta. Maria tem uma personalidade exuberante, intensa e seu jeito extremamente extrovertido muitas vezes transbordava do pote, em momentos que a notícia pedia algo mais contido. Em outra palavras, ela ficou grande demais para um canal fechado de notícias na televisão por assinatura. E foi para o É de Casa, nas manhãs de sábado.
Maria estreou com apoio da galera. As redes sociais imediatamente compraram a apresentadora e passaram a pedir mais tempo, mais espaço, mais Maria para as manhãs da Globo. E, como a entidade 'Internet' não perdoa, começou um movimento para que Maria substituísse Patrícia Poeta no Encontro, que ficou no lugar de Fátima Bernardes desde que a jornalista pediu para sair.
E aqui, um parênteses. Quando o público resolve implicar com alguém é fogo. E o alvo da vez é Patrícia Poeta. Ela chegou a desabafar dizendo que vem sofrendo calada há tempos, recebendo ataques de todos os lados, sem ter feito nada para merecer isso. O caso é que a opinião popular não tem lógica, tem sentimento. E o público das manhãs não deu match com Patrícia, uma apresentadora belíssima, elegante, refinada, correta, mas que não desperta aquela empatia representativa. O povo não se identifica com ela justamente porque ela não exala aquela brejeirice brasileira que a gente gosta.
Já Maria Beltrão é o oposto. Ela parece nossa prima que chega na casa da gente sem avisar, mas traz bolo de cenoura pras avós, brinquedos pras crianças, biscoitinho pros cachorros, cata o microfone e já sai cantando no karaokê. Maria é assim, espaçosa mesmo. E se deixar, ela ocupa tudo e ainda enche o ar de gargalhadas.
Essa semana, várias notícias surgiram dando por certo que Maria está botando um pé no Encontro. Oficialmente, ela será a substituta de Patrícia para qualquer eventualidade. Em off, há quem garanta que a emissora tem planos de fazer de Maria a titular do Encontro. Faz todo sentido. O programa tem conversa, plateia, música, é a cara da Maria.
Uma coisa é certa, a Globo vai se mexer para garantir a audiência de suas "super manhãs" em 2023. E, por mais que tenha carinho, gratidão, respeito por apresentadoras como Ana Maria Braga ou Patrícia Poeta, a TV é um negócio e tem que faturar e manter a audiência. Se tiver que aposentar, demitir, remanejar ou botar alguém na geladeira, ela o fará sem o menor problema, como aliás, já fez com muita gente, que deixou de ser âncora diária para ser leitora de teleprompter em programa semanal.
Num mundo onde temos cada vez mais opções de entretenimento e menos tempo para ver TV, a Globo vai fazer o que for preciso para agradar o público. E o público quer novidade, quer gente como a gente. E isso é tudo é o que Maria Beltrão é, exatamente.
Boa sorte para Maria, que ainda vai dominar a Globo no começo de cada dia.
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