Renato Kramer

'Sou contemporânea, mas nunca fui da Jovem Guarda', declara Vanusa

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A cantora Vanusa esteve no "Programa Amaury Jr" (RedeTV!) na última quarta-feira (28) para falar do lançamento do seu mais recente CD: "Vanusa Santos Flores".

Mas ainda seria impossível entrevistar a cantora sem tocar no desastroso episódio do "hino"? Parece que sim. E Vanusa se explicou ainda uma vez: "Uma coisa que eu não tinha culpa. Uns disseram que eu estava drogada, outros disseram que eu tinha bebido e nada disso aconteceu", declarou a cantora que teve o vídeo do evento em que se atrapalhara na interpretação do Hino Nacional mais uma vez veiculado durante a entrevista.

"Aí foi uma dor muito grande!", confessa a cantora. Mais tarde o seu filho Rafael Vanucci apareceu com a proposta de uma agência de publicidade para a cantora realizar um comercial no qual zombaria ela própria daquele episódio. "Quando ele me falou que tinha o 'hino' eu falei: ah, não, não vou fazer porque este hino vai me perseguir para o resto da vida", argumentou.

Mas Rafael insistiu, contra-argumentando que, além da 'grana' ser muito boa, seria uma forma de Vanusa tirar esse 'hino' da cabeça de uma vez por todas. "Aí quando eu fiz a propaganda, a gente riu muito na gravação e realmente passou. E foi bom também para as pessoas que tinham zoado muito de mim verem que eu estava tirando de letra. Foi muito bom", afirma Vanusa.


Num outro show, a cantora esquecera novamente a letra de uma canção do seu repertório. "Teria sido proposital?", quis saber Amaury. "Não", respondeu a cantora. E explicou: "Eu estava tendo uns lapsos de memória. Porque eu sempre tomei muito remédio para dormir. E a substância que tem nesses remédios (diazepínicos) vai matando os seus neurônios. E é aí que você começa a ter lapsos de memória", diz Vanusa.

"E antidepressivo você toma?", perguntou o apresentador. "Tomo um pela manhã", respondeu a cantora. "Eu também tomo. E vou tomar a vida inteira!", assume Amaury. E acrescenta: "Aliás, deviam botar antidepressivo na caixa d'água. Tá todo o mundo com um determinado nível de depressão!", arrematou o apresentador.

A cantora relata que depois desses episódios estressantes, resolveu pedir para ser internada numa clínica para dependentes no interior de São Paulo. "Foi a melhor experiência da minha vida. Porque de repente eu chego lá e convivo com pessoas viciadas em crack, cocaína, bebida alcoólica...e aí eu vi que o meu problema era o menor de todos! Teve um dia que eu me ajoelhei no chão e pedi: Senhor, me perdoa, porque essas pessoas sim é que têm problemas!".

E conclui: "Esses 6 meses que passei na clínica, foi o momento de eu revisar a minha vida, revisar todos os acontecimentos e perceber que eu tinha que pegar mais leve. Porque eu sempre fui muito rápida e muito elétrica. Foi a hora de entender que eu tinha que fazer as coisas mais devagar, com muita calma. E o Zeca (Baleiro) caiu assim de paraquedas na minha vida", comemora Vanusa.

O cantor e compositor Zeca Baleiro ligava toda a semana para a clínica de Vanusa e nesse meio tempo lhe propôs fazer um novo CD logo que ela tivesse alta. "Era tudo o que eu queria! Saí da clínica muito bem, zerada, feliz da vida, e estou com esse trabalho maravilhoso produzido pelo Zeca Baleiro: Vanusa Santos Flores".

A cantora dá a sua visão da mulher nos dias de hoje: "As mulheres andam sem parâmetro. Antes elas eram muito podadas, muito cobradas e de repente a porteira se abriu! E aí eu vejo mulheres com aquela bunda enormes, aqueles peitos enormes – tudo postiço! Gente! Se eu tivesse nascido nessa época eu tava ferrada, porque eu não tenho nem peito nem bunda! Então, parece que as mulheres perderam um pouco o rumo das coisas. E os homens também estão super assustados", afirma.

E dá um exemplo: "Sabe há quanto tempo eu estou sem namorar? Cinco anos!". "Cinco anos sem namorar? Também, fica seletiva!", retruca Amaury. "Com certeza!", replica a cantora. "Mas tem sempre alguém ciscando?', cutuca o apresentador. "Com certeza, principalmente os mais novinhos!", escancara a cantora.

Um homem ideal? "Maduro, entre 50, 60 anos (a cantora está com 68)". "Um setentinha não serve?", questionou saber Amaury. "Serve, desde que tenha uma cabeça boa, o que eu acho muito difícil. Seria um companheiro pra gente viajar, fazer um cruzeiro que eu nunca fiz...", divagava Vanusa, quando o apresentador corta. "Trepar também!". "Lógico! Isso eu não vou nem falar, é o primordial!", responde a cantora na lata.

"Qual dos três maridos foi o mais interessante?", perguntou Amaury sem meias palavras. "Sem dúvida foi o primeiro: Antônio Marcos (1945-1992), com quem tive a Amanda e a Aretha. O segundo foi o (Augusto César) Vanucci (1934-1992), que me deu o Rafael, e eu tanto queria ter um filho homem. Eu acho que eu tinha que ter parado nos dois, Amaury! Porque depois, foi só bordoada!". Vanusa se casou oito vezes.

"Garanto que você nem lembra o nome deles todos?", brincou Amaury. "Ah, não, nem vou tentar lembrar, porque também nem vale a pena!", solta Vanusa que encerra a sua entrevista afirmando que nunca foi da Jovem Guarda – que completa os seus 50 anos agora em 2015.

"Nunca fui. Eu fui contemporânea da Jovem Guarda. Eu fazia o programa "O Bom" do Eduardo Araújo na TV Excelsior, que tinha Os Incríveis. E era na mesma época da Jovem Guarda que o Roberto Carlos fazia na TV Record. Então me convidaram pra fazer o último programa da Jovem Guarda e eu fui, só no último", assegura Vanusa.

E acrescenta: "Tinha uma turma da Excelsior e uma turma da Record, mas eu fui só nesse último programa do Roberto. Mas as pessoas falam que eu sou da Jovem Guarda porque eu sou contemporânea e eu já cansei de explicar então eu deixo. Tem coisas que não valem a pena discutir", conclui.

Budista confessa, Vanusa garante que já não pede mais nada pra Deus: "Deus me deu tantas coisas boas, filhos maravilhosos, carreira legal, minha vida, minha saúde...então hoje eu só agradeço: Senhor, obrigada!", encerra a grande cantora Vanusa.


Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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