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Sérgio Reis diz que tem cômodo em casa só para guardar prêmios

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"Se o sertanejo tem um rei é esse cara", anunciou Danilo Gentili o seu convidado Sérgio Reis no "The Noite" (SBT) desta segunda-feira (3).

"Você quer que eu te chame de Sérgio Reis ou Johnny Johnson?", iniciou a entrevista o apresentador referindo-se ao primeiro nome artístico do cantor. "Johnny Johnson foi lá atrás", respondeu o sertanejo, dando risada.

"Era comum naquela época da Jovem Guarda [que completa 50 anos neste mês] todos os artistas cantavam em inglês com outros nomes. O Ronald e o Márcio [irmãos que formavam a dupla Os Vips] antes usavam Ronald Red e Jett Williams", contou o cantor. "Minha homenagem ao Márcio [1945-2014] que morreu no ano passado. A gente perde os amigos mas não esquece os bons momentos", acrescentou.

"Naquela época a gente só cantava versões, não tinha essa de ter música nossa. Quem começou isso foi Erasmo e Roberto [Carlos]. Vieram cantando as músicas deles. Aliás, Erasmo, um baita dum compositor. Nós éramos muito amigos. Toda a turma da Jovem Guarda era muito agarrada", comentou o cantor, que estourou nas paradas de sucesso dos anos 1960 com "Coração de Papel".

E comentou uma notícia muito triste, aproveitando para fazer um desabafo: "Aliás, essa semana morreu o filho do Ed Carlos [afilhado artístico de Roberto Carlos na Jovem Guarda], num acidente de moto. A gente sente essas coisas. Vai perdendo pessoas queridas... Na hora que eu chegar naquele céu lá vai estar uma bagunça aquilo lá: Reginaldo Rossi, Jair Rodrigues... imagina! E eu, que sou bagunceiro mais que você, pelo amor de Deus!", o cantor de "Filho Adotivo" procurou amenizar o clima.


"Amizade Sincera II" é o título do DVD mais recente de Sérgio Reis em parceria com o cantor e compositor Renato Teixeira. "Nós somos como irmãos, amigos há mais de 30 anos. Somos vizinhos também: eu, Renato, Almir Sater, Cristian [da dupla Cristian e Ralph], Zé Geraldo, somos todos vizinhos", declarou.

Tudo começou logo após o AVC hemorrágico que o cantor sofreu e precisou operar o cérebro. "Aí meu filho falou: 'Pai, já que não aconteceu nada de ruim para o senhor, vamos gravar um DVD para a gente ter de lembrança'. Aí o projeto começou a crescer, fizemos até com orquestra e foi muito bom, deu resultado. É um disco que até hoje vende", comemorou o intérprete do clássico sertanejo "O Menino da Porteira".

Na sequência veio o "Amizade Sincera" com o Renato Teixeira, trabalho realizado junto aos filhos de ambos os cantores. "Isso aí é assim: quando lança, vende 40, 50 mil em uma semana. O 'Amizade Sincera II' a gente lançou agora e já está em quase 60 mil. Pega disco de ouro e tudo", comentou o cantor. "Na semana passada fizemos um show em Belo Horizonte, Renato, eu e Almir Sater, aí é covardia, né? Foi num parque para 40 mil pessoas."

"O Sérgio Reis, para quem não sabe, foi o artista mais indicado ao Grammy Latino", anunciou Gentili. "Ano passado ganhei o meu terceiro Grammy", comentou Sérgio, que não pôde ir recebê-lo. "Você tem lugar em casa pra guardar tanto prêmio?", perguntou Danilo. "Tem uma sala lá em casa desse tamanho [disse mostrando o estúdio] pra guardar tudo lá", respondeu o cantor de "Rio de Lágrimas".

Mudando de assunto, o apresentador questionou o seu convidado, atualmente deputado federal, sobre o destino do dinheiro dos impostos exorbitantes do país, que não parecem estar sendo direcionados nem para a segurança nem para a saúde pública. "Onde você acha que está o dinheiro? Está no bolso de alguém lá [em Brasília]. Por isso que tem um monte deles [políticos] presos lá. É verdade!", concluiu.

"Por que você largou de cantar pra ser deputado federal?", aproveitou Danilo. "Eu tenho 55 anos de carreira. Tudo o que eu sou e o que tenho, esse povo me deu com muito carinho. Não tem retaliação, aonde eu vou me recebem muito bem. Eu cheguei à conclusão de que tava na hora de dedicar quatro anos da minha vida pra esse povo que me deu tudo o que eu tenho!"

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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