Renato Kramer

Qual a graça do esperado encontro de Morena e Théo na igreja de São Jorge?

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Um dos grandes problemas das novelas atuais é que já se sabe tudo o que vai acontecer anteriormente. Quase nada mais surpreende o telespectador. Esse exagero de especulação sobre o que vai acontecer rouba do espectador grande parte do eventual suspense da trama.

No capítulo de hoje de "Salve Jorge" (Globo), Morena (Nanda Costa) encontra-se com Théo (Rodrigo Lombardi) depois de longo e tenebroso inverno. Mas qual é a surpresa disso, se tudo o que vai acontecer com ambos já foi noticiado uma semana antes?

Nesta segunda-feira (1º), nada muito novo na novela das nove. Aída (Natália do Vale) passou pela telinha só para mostrar-se ansiosa com o seu casamento com o coronel Nunes (Oscar Magrini). Amanda (Lisandra Souto) insiste em sua chantagem para que Carlos (Dalton Vigh) não a deixe. Sugere até que ele fique com Antônia como amante, mas a esposa é ela! E ele, sempre cedendo à pressão da perua.

E Antônia (Letícia Spiller), com uma paciência de Jó, sempre protelando e levando a pior. Mesmo assim ela retruca, quando Carlos pede que ela confie nele pela enésima vez: "Confiar também cansa, sabia?!". O seu civilizadíssimo ex-marido Celso (Caco Ciocler) continua envenenando a filha contra a mãe.


Irina (Vera Fischer) surgiu literalmente "en passant" (de passagem) pelo capítulo --belíssima, toda de preto com um imenso colar de flores vermelhas combinando com o batom. A atriz já andou reclamando da dimensão do seu atual papel na trama. E não se pode tirar as suas razões. Afinal, ao entrar em cena protagonizando "Mandala" (1987), Vera, no papel de Jocasta, era recebida "como uma deusa!!!" (sua canção tema: "O Amor e o Poder", interpretada pela cantora Rosana).

Quem talvez não tenha reclamado, mas poderia, são as excelentes Walderez de Barros (Cyla) e Rosi Campos (Cacilda) --cujo talento parece desperdiçado em participações tão pequenas. Ontem Rosi, craque que é, conseguiu aproveitar um naco de cena que lhe coube, sugerindo que ela e Áurea (a não menos craque Suzana Faini) deviam fazer um curso de "Como Dizer Oi em 27 Idiomas". Grandes atrizes espremem-se para caber em personagens que mal interferem na história.

Enquanto Lívia Marini (Claudia Raia) continua com o seu constante ar de "não me olhem como se a polícia andasse atrás de mim", Wanda (Totia Meirelles) vai comendo pelas beiradas e crescendo na trama. Ontem ela enfrentou o Cel. Nunes de arma em punho.

Há pelo ar a expectativa de ver a grande transformação da escrivã Joyce (Thammy Miranda --que tem se saído muito bem em sua estreia como atriz, diga-se de passagem) no mulherão que vai até dançar o sucesso da mãe (Gretchen): "Conga, Conga, Conga". "Eu vou buscar a mulher que existe dentro de mim", declarou a filha da "rainha do Piripipi". Salve Jorge!

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem

Últimas Notícias