Renato Kramer

"Me senti traído pelo Jô e pelo Max", declarou Boni (parte 2)

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"Por que você não tocou nesse assunto quando esteve no (Programa do) Jô?, perguntou Marília Gabriela. "Porque ele não me perguntou. Eu sou o entrevistado, o que me perguntam eu respondo", esclareceu Boni.

"Eu colocaria o BBB lá pelas cinco da manhã!", afirma Boni

Desta vez, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, ficou "De Frente Com Gabi" (SBT), na noite desse domingo. E houve novas nuances, que nem no Jô, nem no Amaury Jr vieram à tona. Sim, poderíamos dizer que "Boni, a saga continua".

Quanto à antiga rixa entre ele e o humorista, o "campeão de audiência" (como o denominou Gabi) deixou claro que se sentiu traído. Pelo fato de haver uma grande amizade entre os três, Jô Soares, o roteirista Max Nunes e ele, Boni declarou que a notícia da saída dos dois da Rede Globo o surpreendeu. "Fiquei muito chateado de não ter sido o primeiro a saber. Me senti traído pelo Jô e pelo Max!", afirmou Boni. "Mas já está tudo resolvido, somos grandes amigos...outro dia ofereci um jantar para o Max Nunes. Eu não queria perdê-los naquele momento, eu precisava deles comigo".

"Depois disseram que eu queria registrar a palavra "gordo" para que ele (Jô) não usasse. Imagine, eu, publicitário há tantos anos, não ia pensar numa coisa dessas. Eu não queria que ele levasse o nome "Viva o Gordo" que era meu. O 'gordo' era ele, mas o 'viva' era eu!", concluiu o diretor de televisão com bom humor.

Marília Gabriela quis saber a sua opinião sobre o evento que se tornou a saída da Fátima Bernardes do Jornal Nacional. Boni respondeu que a jornalista mesmo é que deve ter desejado sair. E acha que a Globo deve ter um grande projeto para ela. "Aliás, a Globo está mesmo precisando de um grande projeto para as manhãs, como o "TV Mulher" (1980 / 1986) que fizemos juntos e foi tão bem sucedido", completou.

Sobre o Brasil de hoje? "Um país que começa a dar certo, mas que ainda está muito longe de ser o que sonhamos", declarou Boni. E a televisão? "Precisa ser revista", afirmou ele. Ao ser questionado sobre o seu maior medo, o homem que criou o 'plim-plim' respondeu: "tenho medo de que os que estão responsáveis pela televisão nos dias de hoje demorem a perceber que ela precisa mudar".

"O que você não deveria ter feito?", perguntou de repente a entrevistadora. "Não deveria ter saído da televisão. Deveria ter ficado e tentado resolver os problemas", confessou o ex "todo poderoso" da Rede Globo. "Uma vez você quase veio para o SBT?" perguntou Gabi. "Quase, mas tinha multa contratual e outras questões e acabou não dando certo. Mas eu admiro o Silvio Santos e gosto muito do SBT. Acho que é a única emissora brasileira, além da Globo, que tem uma identidade própria. A Record copia a Globo", afirmou José Bonifácio de Oliveira Sobrinho.

No 'jogo rápido', três respostas objetivas: humor? "Eternamente Chico Anysio". Um profissional? (O diretor) "Daniel Filho". Ídolo? (O cantor) Roberto Carlos.

A jornalista ainda 'ajustou a saia' ao lhe perguntar diretamente: "porque você fala mal do "BBB"?". Boni sorriu e desconversou: "No Brasil são cinco Bs, né? Big Brother Brasil, Boninho e Bial", e deu risada. "Eu não falo mal do "BBB". Eu só não gosto do texto dos personagens lá dentro... eu prefiro os grandes autores, como Dias Gomes, Dostoievski", concluiu ainda em tom de leve ironia. "A vida real?" indagou a apresentadora. "Precisa ser burilada", respondeu o ex 'todo poderoso' da Globo.
"Como era a sua vida dirigindo a maior emissora do país?". "A gente vivia preocupado e aflito! É a condição de quem leva a sério esse trabalho. Mas faria tudo de novo", confessou Boni.

"Eu te amo, viu?", despede-se surpreendentemente do seu convidado a jornalista Marília Gabriela. Boni agradece. "Eu é que agradeço pelas broncas pavorosas, pelas oportunidades e pelos grandes ensinamentos", encerrou Gabi, que carinhosamente o tratara por "Bombom" em meio à entrevista.

Renato Kramer

Natural de Porto Alegre, Renato Kramer formou-se em Estudos Sociais pela PUC/RS. Começou a fazer teatro ainda no sul. Em São Paulo, formou-se como ator na Escola de Arte Dramática (USP). Escreveu, dirigiu e atuou em diversos espetáculos teatrais. Já assinou a coluna "Antena", na "Contigo!", e fez críticas teatrais para o "Jornal da Tarde" e para a rádio Eldorado AM. Na Folha, colaborou com a "Ilustrada" antes de se tornar colunista do site "F5"

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