Cadeirada de Datena em Pablo Marçal preocupa Band para possível retorno à televisão
Emissora teme rejeição ao apresentador do Brasil Urgente após a campanha eleitoral para a Prefeitura de São Paulo
A cadeirada dada por José Luiz Datena (PSDB-SP) em Pablo Marçal (PRTB-SP) durante o debate da TV Cultura para a Prefeitura de São Paulo preocupou a Band em relação ao futuro do apresentador na emissora do Morumbi.
Datena tem um acordo nos bastidores para retornar ao ar após a campanha, inclusive com uma renovação de contrato acertada, algo já dito por ele mesmo. O jornalista tem vínculo até o fim do ano, mas tirou uma licença não remunerada para realizar a campanha.
O fato foi o assunto do dia nesta segunda-feira (16) nos corredores da Band e não deixou de ser informado em programas jornalísticos da empresa. Atrações de entretenimento, no entanto, por causa da lei eleitoral, foram orientadas a não falar do caso com aprofundamento.
Na Band, existe uma forte preocupação com a imagem de Datena após a campanha. Internamente, colegas de Datena entendem que sua candidatura para a Prefeitura de São Paulo foi ruim e piorou a visão que as pessoas tinham dele. Isso, na visão de fontes, pode prejudicar o Brasil Urgente.
Uma alavanca do fim de tarde, o programa policial tem sido comandado por Joel Datena, que renovou seu contrato até 2027 com a Band no início do ano. O filho de Datena tem mantido os números que o pai alcançava, variando entre 3 e 4 pontos de audiência na Grande São Paulo.
Mais que a questão de imagem, amigos de Datena ouvidos pela coluna dizem que ele está abalado emocionalmente. Uma volta imediata após o pleito é algo que tem sido pedido por eles para não acontecer. A diretoria da Band trata o caso com absoluto sigilo.
A cadeirada no debate aconteceu depois de uma sequência de discussões. O candidato do PRTB provocou o apresentador nos blocos anteriores ao resgatar uma denúncia de assédio sexual contra Datena e chegou o chamá-lo de "jack", termo usado nos presídios para identificar acusados de estupro.
Datena rebateu dizendo que o caso nunca foi confirmado pela polícia e acabou sendo arquivado pela Justiça. Ainda afirmou que o fato atingiu sua família e levou à morte de sua sogra, que teve três AVCs (Acidente Vascular Cerebral).
O caso citado por Marçal ocorreu em 2019, quando Bruna Drews, então repórter do programa Brasil Urgente, apresentado por Datena na Band, disse ter sido assediada pelo tucano. A jornalista afirmou, na época, que o apresentador frequentemente fazia comentários sobre seu corpo, em tom sexual.
Após a repercussão do caso, ela se retratou e protocolou uma declaração em cartório em que afirma ter mentido. Dias depois, afirmou nas redes ter sido induzida a se retratar.
Datena foi expulso do debate, que foi interrompido imediatamente e voltou ao ar com os outros quatro participantes. Marçal saiu do teatro para um hospital para receber atendimento médico.
Nesta segunda-feira (16), Datena cancelou uma entrevista e manteve a agenda de campanha no bairro de Santana, na zona norte, onde visitou comerciantes.
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