Miss Universo 2022: Show foi divertido, mas não atendeu expectativas de evolução
Evento aconteceu na noite deste sábado (14), em Nova Orleans (EUA)
Evento aconteceu na noite deste sábado (14), em Nova Orleans (EUA)
O show final da 71ª edição do Miss Universo deixou um sentimento ambíguo para quem assistiu, tanto pelo presencial quanto pelo streaming. Ao mesmo tempo que, em clima de "Mardi Gras"--o Carnaval de Nova Orleans– teve um pano de fundo bastante alegre, com músicas animadas, palco e roupas coloridas, também deixou uma sensação de que faltava algo.
Claro, o evento que aconteceu na noite deste sábado (14) em Nova Orleans (EUA) carregava uma alta dose de expectativa por parte dos fãs e missólogos –nome dado aos especialistas em concursos de beleza. Os olhares atentos se deram pela mudança de regras anunciada no ano passado e também pela nova direção da competição, que no final de outubro passado foi comprada pela empresária tailandesa Anne Jakrajutatip.
Ambos abriram um caminho para que o concurso de 70 anos possa se modernizar quanto antes, no sentido de diversidade e inclusão. Isso, pois, no regulamento prometeram que, a partir deste ano, passarão a aceitar mulheres casadas e que tenham filhos. Já do lado de Anne, além de ser uma mulher trans, a ricaça é uma ativista LGBTQIA+ que prega a igualdade entre gêneros.
Porém, se comparado ao evento do ano passado, o espetáculo foi quase que igual. Mudou ali a estrutura de anúncio das classificações --do primeiro corte de 16 semifinalistas, foi direto para o segundo, de 5 finalistas, depois para o Top 3. Mas a sua essência antiga de que a mulher deve ser jovem, sensual, sexy e bonita para ser independente, se manteve.
Inclusive, em uma de suas respostas no palco, a nova Miss Universo eleita, a americana R'Bonney Gabriel, 28, respondeu que, se pudesse mudar algo no concurso, ela elevaria a idade de corte, que se mantém nos 27 anos (vale lembrar que ela tinha a idade limite quando foi eleita em seu país, o que está dentro das regras).
No entanto dá para se ter uma esperança, se forem analisadas as misses que foram selecionadas no grupo das 16 semifinalistas, e as que ficaram de fora. Boa parte não era das favoritas –que geralmente são as mais bonitas e sensuais. No linguajar popular, entraram nesse Top algumas "zebras" que nem se imaginava, como Haiti, Laos, Canadá e Trinidad e Tobago.
Por sua vez, representantes de países que eram grandes apostas dos missólogos ficaram de fora como Filipinas, Itália, México e Brasil. Seria esse o primeiro sinal de que vai acontecer uma grande mudança, sendo tão esperada pelos fãs e necessária para a sobrevivência da indústria, numa sociedade cada vez mais questionadora?
Mesmo se for, está bastante atrasado. Infelizmente, o próximo evento só acontece daqui a um ano, e é quando poderemos entender qual rumo o Miss Universo toma a partir de agora. Nesse meio tempo, acompanhamos o reinado de R'Bonney, o comando de Anne, a aplicação das novas regras na prática, e esperamos.
*O colunista viajou a convite da organização do Miss Universo Brasil.
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