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De faixa a coroa
Descrição de chapéu Miss Universo

Miss Universo 2022: Mulher trans que comprou concurso afirma ter sofrido abuso sexual

Anne Jakrajutatip fez discurso ao vivo na final da 71ª edição, em Nova Orleans (EUA)

Anne Jakrajutatip (ao centro, de roxo) chega ao centro de convenções de Nova Orleans (EUA), para ver a final do Miss Universo 2022
Anne Jakrajutatip (ao centro, de roxo) chega ao centro de convenções de Nova Orleans (EUA), para ver a final do Miss Universo 2022 - Timothy A. Clary/AFP
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Nova Orleans

A nova dona do Miss Universo, a empresária tailandesa Anne Jakrajutatip, 43, afirmou que foi abusada sexualmente na infância por um professor. Ela fez um discurso ao vivo durante a final da 71ª edição do concurso, na noite deste sábado (14), em Nova Orleans (EUA). Quem venceu foi a americana R'Bonney Gabriel, 28.

"Quando eu nasci, como uma mulher trans, eu sofri bullying e também abuso sexual de meu próprio professor. Quando eu era jovem, eu não era aceita pela sociedade, pois não queriam abraçar as minhas diferenças", disse, em trecho de sua fala. "Mas adivinhe só: eu decidi do fundo do meu coração não me render. Eu transformei dor em poder. E lições de vida em sabedoria", emendou.

Anne é uma mulher transgênero e possui uma fortuna avaliada em bilhões. Figura de destaque da televisão tailandesa, ela é também defensora dos direitos LGBTQIA+. A empresária dirige o grupo midiático JKN Global e é conhecida em seu país por apresentar a versão tailandesa do reality show "Project Runway". Sua fortuna é estimada em US$ 170 milhões (R$ 900 milhões), segundo a Forbes.

Ainda com o microfone em mãos, ela falou sobre o caminho que deseja direcionar o certame, dedicando-o cada vez mais a empoderar mulheres. "Com este palco chamado de Miss Universo, podemos elevar todas as mulheres a se sentirem fortes o suficiente, boas o suficiente, qualificadas o bastante e nunca serem objetificadas novamente".

Ela é a primeira mulher a comandar a organização Miss Universo, após 70 anos de história. Por um longo período, o concurso foi, inclusive, de propriedade do ex-presidente americano Donald Trump. Ela comprou a competição no final de outubro passado, por US$ 20 milhões (cerca de R$ 100 milhões).

As negociações de compra com a ex-proprietária do concurso, a IMG, filial da gigante americana do entretenimento Endeavor, levaram um ano. A IMG era proprietária do concurso desde 2015, após comprá-lo de Trump.

"Agora é o momento das mulheres tomarem a liderança. Sejam bem-vindos à nova era dessa plataforma, que empodera mulheres", disse. "A partir de agora o Miss Universo vai ser comandado por mulheres e tem uma dona mulher transgênero. Ele é para todas as mulheres em todo o mundo, para celebrar o poder do feminismo. Culturas diversas, inclusão social, igualdade de gênero, criatividade, a força do bem e a beleza da humanidade", concluiu.

*O colunista viajou a convite da organização do Miss Universo Brasil.

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

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