'Quero os fãs mais perto', diz diretora-geral do Miss Universo Brasil
Marthina Brandt explica opção por seletiva fechada em 2022
Ela chegou tímida em novembro de 2020, dando passos assertivamente cautelosos, para sua primeira atuação focada nos bastidores da indústria dos concursos de beleza femininos. Hoje, um ano e meio depois, em uma reviravolta digna de cinema, assumiu sozinha a franquia de um dos maiores expoentes do setor no país, o Miss Universo Brasil.
Assim, a gaúcha Marthina Brandt, 30, mostra que não estava de brincadeira quando decidiu mudar de lado, uma vez que a loira é dona do título nacional de 2015 da tradicional competição.
"Aconteceu bem por acaso, eu realmente não tinha a pretensão de chegar nessa posição, muito menos nessa velocidade toda", explica ela, em conversa exclusiva com a coluna. "Mesmo assim, sem dúvida foi uma escalada e tanto, cheia de altos e baixos, e de vários aprendizados. Estou muito feliz e grata pela oportunidade. Fiquei bem pensativa quando surgiu essa porta, refleti bastante e só depois resolvi aceitar o desafio. Agora vamos em frente", detalha.
Marthina entrou na equipe para reforçar a campanha da conterrânea Julia Gama, que logo embarcou para o Miss Universo 2020. Com essa etapa concluída, passou a mostrar mais força e, aos poucos, foi ganhando espaço. Um ano depois, comandou em novembro passado praticamente sozinha a execução da etapa nacional de 2021, realizada em pleno alto mar. A cearense Teresa Santos foi quem venceu, mas não obteve boa classificação no mundial.
Mais seis meses se passaram desde então, até que Marthina alcançou o posto máximo da franquia e já botou velocidade na escolha da próxima Miss Universo Brasil. Com esse foco, optou por não fazer um concurso tradicional, e a escolha está sendo feita desde junho em formato de casting –algo como uma seleção a portas fechadas.
Marthina explica: "Como no ano passado a Teresa teve só um mês entre sua coroação e a viagem, estamos fazendo uma seletiva mais ágil para que a nova Miss Universo Brasil tenha mais tempo de preparação".
Na prática, cada corte, que geralmente é anunciado no palco, está sendo alardeado nas redes sociais. O grupo de 26 meninas já caiu para 16, foi para 10, e teve o top 5 anunciado na noite de segunda-feira (4). Estão no páreo as misses Rebeca Portilho (Amazonas), Luana Lobo (Ceará), Mia Mamede (Espírito Santo), Isadora Murta (Minas Gerais) e Alina Furtado (Rio Grande do Sul). A previsão é de que a vencedora seja conhecida antes do final de julho.
Modelo desde os 13 anos, Marthina entrou para o mundo miss em 2012, e já revelou em entrevistas que desejava que muita coisa tivesse sido diferente durante seu reinado em 2015. Agora, como franqueada do Miss Universo, ela pode tentar melhorar algumas coisas para as futuras misses.
Os fãs e especialistas em concurso, claro, estão de olhos bem abertos para essa nova fase do Miss Brasil e para os passos de Marthina. A pandemia bagunçou toda a agenda dos eventos de miss, e o público cativo está carente de acompanhar o costumeiro novelão que é a seletiva. Segundo a empresária, desde o anúncio, ela tem recebido muito mais apoio do que cobranças, o que já é um ponto positivo.
"Eu sempre me cobro muito, até demais, e estou empenhada em entregar o melhor para os espectadores, com bastante transparência e inovação. Quero trazer os fãs mais para perto do concurso e ampliar a capilaridade das seletivas. Vamos fazer acontecer!", destaca.
TRANSIÇÃO DE FRANQUEADOS
Quando entrou para o time do certame, Marthina recebeu o convite do empresário gaúcho Winston Ling para ser diretora-executiva. Assumidamente fã de concursos, foi Ling quem havia recém-adquirido os direitos da franquia Universo por aqui, depois que a Band TV e a Polishop abriram mão deles, em 2019.
Nesse momento, Marthina já era responsável por todas as etapas do concurso, apesar de não ter o poder de tomada de decisões.
Porém, a estratégia de Ling para cumprir sua promessa de modernizar o Miss Brasil e devolver o glamour que outrora já teve foi bastante prejudicada pelos obstáculos da pandemia de Covid-19. Sem falar na imagem negativa de sua forte e assumida ligação política, algo que não é nada bem visto na indústria miss, em nenhum lugar do mundo. Coincidência ou não, em tempos de eleições, ele passou o posto para Marthina.
"O Winston não está mais ligado à organização. Ele tem outros negócios, e não poderia estar imerso em todas as etapas como ele gostaria, por isso optou por sair. Eu sempre tive voz dentro do concurso, mas agora eu assumo a total autonomia de tudo. Essa transição levou alguns meses, e é um grande salto que me faz olhar para trás e valorizar a minha trajetória", finaliza
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