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Marthina Brandt, ex-Miss Brasil Bruno Poletti - 1º.ago.21/ Folhapress

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Passados seis anos desde que venceu o Miss universo Brasil, a gaúcha Marthina Brandt, 29, está longe de deixar essa fase de sua vida para trás. Após ser coroada em 2015 e ficar no top 15 do Miss Universo daquele ano, em novembro do ano passado ela assumiu o posto de diretora executiva do concurso que a consagrou.

“Eu sentia que minha trajetória nesse ramo ainda não tinha acabado, mas não imaginava como ia dar sequência, e agora estou aqui”, conta ela em bate papo exclusivo com a coluna, revelando que tudo do concurso agora passa por ela: do setor jurídico ao financeiro.

Sua maior responsabilidade no novo cargo, no entanto, é a preparação da também gaúcha Julia Gama, 28, atual Miss Universo Brasil, para representar o país no Miss Universo, que este ano acontecerá em 16 de maio, em Miami, nos Estados Unidos.

“Temos uma rotina bem intensa que começa às 5h, e a preparação da Julia para o Miss Universo é a prioridade. Apesar disso, temos outros pontos da organização como os estaduais e o Miss Brasil do próximo ano. Meu tempo fica dividido nessas frentes.”

Modelo desde os 13 anos, Marthina entrou para o mundo miss em 2012, e revela que desejava que muita coisa tivesse sido diferente durante seu reinado em 2015. Agora, como empresária do concurso Miss Universo Brasil, ela pode tentar melhorar algumas coisas para as futuras misses.

“Senti falta de ter mais voz, de poder realmente mostrar mais minha personalidade, quem eu era. Miss é um ser humano, não é perfeita, não importa o quanto temos essa ideia na nossa cabeça. Não concordo com tentar mudar uma pessoa”, diz.

Como o mundo miss apareceu na sua vida?
Eu comecei mesmo no mundo da moda. Logo aos 13 anos vim morar em São Paulo e, a partir dos 15, tive minhas primeiras experiências internacionais. Trabalhei no Chile, Argentina, Espanha, Itália, Turquia, França, Alemanha e Estados Unidos. Em 2012, com o boom das redes sociais, comecei a perceber uma tendência das marcas de se ligarem a pessoas, não a um estereótipo. Então pensei em possibilidades de potencializar minha carreira. Até que vi uma matéria sobre a Miss Rio Grande do Sul. Minha mãe, avó, vizinhas, todo mundo sabia tudo sobre o concurso, então percebi que havia uma penetração legal e enxerguei ali a estratégia que eu procurava.

Qual a relevância que Miss Brasil teve em sua vida?
Quando apostei nessa estratégia de ser miss, estudei bastante sobre o tema e acabei me apaixonando. Participei do Miss Rio Grande do Sul 2012 e fiquei entre as finalistas. Me preparei por dois anos e meio e voltei em 2015, quando venci a etapa estadual e a nacional. O reinado mudou a minha vida, pois me projetou para outro patamar em relação à minha carreira de modelo. Conheci pessoas, fiz um ótimo networking e sempre estive na mídia esses anos todos, o que é muito importante pra quem trabalha com imagem e lida com marcas. Sem falar que foi um privilégio e uma honra representar o país no Miss Universo.

Como surgiu a oportunidade de tornar-se diretora do Miss Brasil Universo?
Na verdade, eu não esperava, achei o máximo quando recebi a proposta. Estava em contato com a nova organização do Miss Brasil desde setembro do ano passado por causa de outro projeto e fui convidada a desenvolver uma ideia para trabalhar na equipe, e acabou acontecendo.

Quais são suas responsabilidades neste cargo novo?
Todas possíveis! A gente tem uma equipe bem grande, com pessoas que trabalham com jurídico, comercial, financeiro, audiovisual, assessoria de imprensa e outros, então são bastantes setores e todos eles acabam passando por mim. Tenho lidado direto com a preparação da Julia para o Miss Universo, além de assuntos mais burocráticos como transmissão do concurso, negociações, comercial, quais são as estratégias… Por mais que eu tenha um conhecimento geral de tudo que tenha que ser feito, e tudo seja centralizado em mim, as equipes são experts nos assuntos, e eu trabalho com eles para construir a imagem da nossa miss e do concurso.

Como tem sido a rotina na função e a preparação da Julia Gama?
A Julia é super dedicada e a entrega dela é algo fora do comum. Quando a conheci ela já falava outros idiomas, e estava bem preparada em termos de academia, fonoaudiologia e oratória, então nós trabalhamos mais em termos de lapidar isso tudo. Temos uma rotina bem intensa que começa às 5h, e a preparação da Julia para o Miss Universo é a prioridade no momento. Apesar disso, temos outros pontos da organização como os estaduais e o Miss Brasil do próximo ano, e isso também ocupa meu tempo no trabalho, então acabo ficando dividida nessas duas frentes.

Você esperava continuar no mundo miss depois do seu reinado?
Não. Quando deixei de ser Miss Brasil, passei a focar na minha carreira como modelo e influenciadora, abri uma empresa de produção executiva e já tinha toda uma equipe que trabalhava comigo e desenvolvia projetos para outras marcas. Mas nunca deixei de acompanhar o mundo miss, sabia o que acontecia nos estaduais, as datas, e fui em quase todos os nacionais. Eu falava que sentia que minha trajetória nesse ramo ainda não tinha acabado, mas não imaginava como ia dar sequência. E agora estou aqui. Algumas pessoas me incentivaram a ser preparadora de misses, mas na verdade gosto mais dessa parte do business mesmo, da estratégia.

Como é para você estar do outro lado nesse momento da sua vida?
É muito desafiador, é uma responsabilidade muito grande. Mas como já estive do outro lado, tem várias coisas que eu gostaria que tivessem sido diferentes pra mim, e agora posso mudar. Tenho uma preocupação para que a Julia, de fato, sinta-se especial, confiante e que tenha respaldo de uma organização. É um momento tão único na nossa vida, que não tem a possibilidade de acontecer de novo, e é preciso estar o mais plena possível e com apoio. Quero responder às expectativas da Julia e dos fãs do mundo miss, que são sempre tão fervorosos.

Agora, lidando com o reinado da Julia, o que mais você se lembra do seu?
Lembro muito da pressão. A Julia é forte, mas vejo que às vezes ela precisa de um alento. A gente se cobra muito e tem muita gente nos cobrando, então ansiedade, nervosismo e adrenalina acabam me fazendo viajar no tempo e me ver há cinco anos. Além disso, fico chateada pelo fato da Julia ser uma miss incrível e a gente estar em um ano epidêmico, que nos impede de fazer eventos e trabalhar a visibilidade dela. Mas ela também é perfeita para esse momento, é uma miss de muita empatia e que se conecta com o próximo, e pode trabalhar o lado dela de altruísmo e investir em projetos sociais.

O que hoje a Julia vive no reinado dela que você não teve no seu?
Eu venci o Miss Brasil e dez dias depois eu embarquei para o Miss Universo, então foi extremamente corrido. Hoje, fechando as malas da Julia, comecei a contar para ela como foi o meu fechamento de malas e ela ficou desesperada só de imaginar a situação. Senti falta de ter mais voz, de poder realmente mostrar mais minha personalidade, quem eu era, e é uma coisa que a Julia tem espaço e tempo de fazer bem. Não concordo com tentar mudar uma pessoa e, por isso, mergulhei nesse processo de conhecer e entender a Julia e fazer ela se sentir confortável em tudo, quando ela grava, fotografa, dá entrevista e se veste.

Como tem sido a relação de vocês duas nesse período?
No início, ela ficou com o pé atrás comigo. Nós temos características bem diferentes e acredito que ela pensou que eu tentaria transformá-la em algo que ela não é. Mas também a senti aberta, com várias curiosidades sobre o concurso e eu era a pessoa ideal para responder. Aos poucos, ela percebeu que eu queria potencializar o que ela tem de bom e suavizar o que não era tão positivo, então criamos uma relação de confiança muito bacana. A gente se dá muito bem, se fala o tempo todo, damos bastante risada, e também trabalhamos duro.

Quais são os pontos mais fortes da Julia para a disputa do Miss Universo?
Para mim, é o foco, a determinação e o fato de ela ser muito observadora. Tem miss que não se prepara e acha que vai ganhar por milagre. A Julia está muito bem esteticamente, intelectualmente, suas roupas e tudo que vai usar está incrível. Ela leva um conjunto muito bom para Miami. Dá pra notar no olhar a vontade dela de vencer.

Quais são a maior dificuldade e vantagem desse trabalho no meio da pandemia?
A maior dificuldade é que muitas coisas que a gente queria desenvolver não conseguimos. Precisamos ser bem conscientes em relação a essa fase que estamos passando, e não tem como ficar arriscando as pessoas. O lado positivo é que, por estar reclusa, a Julia conseguiu estar bem focada. Se ela estivesse indo para todos os estaduais e eventos, por exemplo, o tempo dela seria reduzido pela metade.

O que você pode nos contar sobre o futuro do Miss Brasil e sobre a participação da Julia no Miss Universo?
Eu estou confiante, uma mistura de tranquilidade e ansiedade para ver ela colocando em prática tudo que a gente treinou e aprimorou nos últimos meses. Podem esperar um show da nossa atual Miss Universo Brasil. Sobre o futuro do Miss Brasil, estamos trabalhando em paralelo o concurso deste ano e o de 2022, e posso garantir que vem muita coisa boa, mas realmente não podemos falar ainda. O que posso dizer é que o miss vai ser bem potencializado nessas próximas edições e, assim como todo mundo, estou bem curiosa para ver tudo acontecendo logo.

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

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