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De faixa a coroa

Miss e Mister Supranational mostram que concursos de beleza podem evoluir

Criada em 2009, franquia teve representantes brasileiras em todas as edições

Chanique Rabe é eleite Miss Supranational 2021 - Instagram/chani.rabe
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Mais uma vez as finais dos concursos Miss e Mister Supranational não decepcionaram. As edições 2021 dos eventos irmãos, realizadas nos dias 21 e 22 de agosto, contaram com qualidade técnica que diverge do que o setor tem apresentado nos últimos anos. E muito disso vem da produção empolgante e da roteirização envolvente do show, que são mais atuais em relação a competições como o Miss Universo e o Miss Mundo.

Outro ponto de relevância nesse sentido é também o perfil competitivo do grupo de candidatos, que vem em uma crescente. Neste ano foram 92 postulantes, entre homens e mulheres, lutando pelo posto e a premiação em dinheiro, que é de US$ 35 mil (R$ 180 mil) no miss e US$ 15 mil (R$ 78 mil) no mister.

Os vencedores deste ano foram os representantes da Namíbia, Chanique Rabe, 24, e do Peru, Varo Vargas, 31. Ambos possuem dotes artísticos, já que Rabe trabalha com moda e Vargas é cantor, além de apoiarem causas sociais e terem boas habilidades na hora de se comunicarem. Do lado brasileiro, a potiguar Deise Benício, 30, terminou em 13º lugar e o gaúcho João Henrique Lemes, 22, não passou no primeiro corte.


Com pouco mais de uma década de existência, a organização do Supra tem mostrado que é, sim, possível renovar o formato dos shows dos certames de beleza. Os argumentos começam no jogo de luzes e câmeras, cores e layouts do cenário digitalizado, e vão até a escolha da trilha sonora e a dinâmica do espetáculo.

Esse conjunto de características elimina a morosidade tradicional e hermética, tão criticada atualmente no setor. Além disso, prova que os concursos de beleza podem coexistir com a modernidade e ter maior longevidade caso se arrisque a novidades técnicas em seu formato. Por que não, por exemplo, eliminar os apresentadores e as dancinhas desengonçadas? Pode ser um caminho a ser lapidado.

Na última edição do Miss Universo, por exemplo, a clichê temática “latina” foi mais uma vez cansavelmente explorada, culminando em desfiles caricatos das misses. Já no Miss Mundo, o palco ainda remete a programas de auditório dos anos 90 e os números musicais exóticos dão sono.

Com sua evolução ao longo dos anos, o Supra ganhou destaque e relevância no setor e hoje é considerado parte do chamado “grand slam”, que concentra os cinco principais concursos de beleza do planeta. Ao lado dele, estão o Miss Mundo, Miss Universo, Miss Grand International e Miss Internacional.

O concurso surgiu em 2009 e, desde então, o Brasil tem enviado uma candidata ao mundial que tradicionalmente acontece no final do ano, na Polônia –onde fica a sede da competição. Em janeiro próximo, Brasília será palco da escolha da 13ª brasileira a ir para a disputa.

No caso do Mister Supranational, o evento foi crescendo e hoje é considerado o principal concurso internacional de beleza masculina. Apesar de sua primeira edição ter sido realizada apenas em 2016, o certame tem mostrado altíssima qualidade e sua periodicidade assídua firma presença no setor.

De faixa a coroa

Fábio Luís de Paula é jornalista especializado na cobertura de concursos de beleza, sendo os principais deles o Miss Brasil, Miss Universo, Miss Mundo e Mister Brasil. Formado em jornalismo pelo Mackenzie, passou por Redações da Folha e do UOL, além de assessorias e comunicação corporativa.
Contato ou sugestões, acesse instagram.com/defaixaacoroa e facebook.com/defaixaacoroa

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