Boni se recupera de cirurgia e prepara novo livro
Ex-todo-poderoso da Globo conta histórias com Faustão, Xuxa, Tom Jobim e Walter Clark
Prestes a lançar mais um livro de memórias, "O Lado B, de Boni", José Bonifácio de Oliveira Sobrinho se recupera de uma cirurgia realizada há poucos dias no quadril. O empresário, proprietário da Rede Vanguarda, que é retransmissora da Globo na região do Vale do Paraíba (SP), avisa que já está em casa, devidamente sob cuidados.
O novo livro de Boni está em fase de revisão e tem lançamento previsto para agosto ou setembro. Na nova publicação, ele relembra histórias com grandes nomes da TV, como Xuxa, Faustão, Walter Clark e Tom Jobim, que não era exatamente da TV, mas fazia músicas sob encomenda para produções da Globo, um luxo hoje impensável.
A publicação sairá pela Editora Record. O primeiro livro de memórias, batizado apenas como "O Livro do Boni", saiu pela Casa da Palavra em 2011. O executivo fez ainda "Unidos do Outro Mundo", em 2015, pela Sextante, uma coletânea de supostos diálogos com pessoas mortas com quem ele teve um passado intenso profissionalmente, como Dias Gomes, Janete Clair e Walter Clak, entre outros.
Boni também assinou a organização de um livro de edição limitada raro de ser encontrado até em sebos, uma publicação preciosa para a história da TV. É "50/50", homenagem ao cinquentenário da TV, em 2000, lançado pela Editora Globo. A edição traz 50 textos de 50 profissionais essenciais para a história da TV, 50 imagens e 50 profissionais que já haviam morrido àquela altura.
Muitos dos demais que lá registraram suas passagens pela televisão brasileira agora já se foram, caso de Jô Soares e seu fiel redator, Max Nunes (o melhor texto da obra), além de Eva Wilma, Carlos Manga, Régis Cardoso, Hebe Camargo, Tarcísio Meira e, entre outros, o pesquisador Homero Icaza Sanchez, panamenho que traçava tendências de comportamento da audiência bem antes das métricas de algorítimos e era chamado como "O bruxo".
Para as gerações com menos de 30 anos, Boni é mais conhecido como o pai do Boninho, mas o profissional chamado pelo diminutivo só existe em função do apelido anterior, nome apontado como o executivo mais importante da TV brasileira, em razão da longevidade de sua permanência no comando maior daquela que se tornou a maior potência midiática do país.
Clark, citado no novo livro e também nos anteriores, chegou ainda antes dele à Globo e foi o primeiro profissional a ocupar a direção-geral da emissora, mas deixou a empresa ainda nos anos 1970, duas décadas antes de Boni ter seu poder esvaziado pelas novas diretrizes determinadas por Roberto Irineu Marinho, primogênito do fundador do canal, Roberto Marinho, com quem o executivo mais conviveu.
Em tempo: aos interessados na memória da TV, já que o assunto é esse, fica também a dica do livro autobiográfico de Clark, "O Campeão de Audiência", escrito em parceria com Gabriel Priolli, lançado em 1991 e relançado pela Summus Editorial em 2015, com posfácio então atualizado por Priolli. Clark morreu em março de 1997, aos 60 anos, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória.
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