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Zapping - Cristina Padiglione

YouTube supera Record e SBT em residências com internet

Plataforma de streaming gratuito abocanha 14,71% do consumo de vídeos em casa; Netflix lidera serviço pago

Os humoristas Fábio Porchat, Antonio Tabet e Clarice Falcão em cena
Fábio Porchat, Antonio Tabet e Clarice Falcão em vídeo do Porta dos Fundos, um dos hits do YouTube - Divulgação
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São Paulo

A consolidação de dados do primeiro ano de aferição de consumo de streaming pela Kantar Ibope Media aponta para uma substancial presença de YouTube e da Netflix no hábito de ver TV em casa. A primeira abocanhou em 2022 nada menos que 7,28% de todo o consumo de vídeos só por meio da sintonia no televisor.

Quando esses índices se somam ao consumo de todos os aparelhos da casa, como smartphone, tablet e computador, a fatia do YouTube sobe para 14,71%. É mais do que o share da Record (11%) e SBT (8,1%) no total do Painel Nacional de TV do instituto Kantar Ibope.

No caso da Netflix, a parcela é de 4,22% quando consideramos só o televisor, e de 4,32% na soma de todos os aparelhos, o que supera o share nacional da Band, por exemplo. Diferentemente do YouTube, a diferença entre o consumo da Netflix pela TV e pelos demais aparelhos da casa é pequena, como acontece também nos demais serviços pagos de vídeos sob demanda, o que endossa a volta da tela grande como preferência para conteúdos de maior duração.

Embora esses dados se refiram a TVs conectadas ou linkadas a aparelhos conectados à internet, o que pressupõe gasto com banda larga e, portanto, compreende uma fatia mais abastada da população, são esses nichos que compõem o olhar da maioria dos investimentos publicitários.

E ainda que se faça essa distinção, convém avisar que o número de TVs conectadas hoje já está ao alcance de 59% da população, segundo dados da Kantar Ibope.

Dentro dessa bolha cada vez menos nichada, o espaço ocupado pelo YouTube e pela Netflix merece atenção no potencial para afetar antigos comportamentos com uma velocidade bem maior do que tivemos na expansão do hábito de ver TV aberta para o consumo da TV paga, cujo share demorou muito para chegar a 10% de todo o tempo de TV vista pelo brasileiro.

Se antes um vídeo do Porta dos Fundos passava de mão em mão pelo celular, agora ele concorre com certa vantagem sobre as quase imutáveis programações da Record e do SBT.

A vantagem está justamente na mobilidade das plataformas de streaming. Ambas lançam novos conteúdos permanentemente, para não falar na quase incontável renovação do YouTube, na contramão das duas redes de TV aberta que até bem pouco tempo disputavam a vice-liderança mês a mês no ranking de audiência, sempre atrás da Globo.

Um dos hits do ano passado durante a Copa provou o fôlego da plataforma gratuita pela transmissão inédita de jogos da Copa do Mundo no YouTube, o que assegura a Casimiro Miguel outras novidades em breve no Cazé TV, canal inaugurado por ocasião do mundial no Qatar.

Ainda segundo os dados divulgados nesta terça (7) pela Kantar Ibope Media, o GloboPlay tem a vice-liderança no streaming pago, ainda com 0,60% de todo o consumo de TV residencial, e 0,78% quando visto só pelo televisor. A desvantagem para a Netflix ainda traça um abismo, mas há que se notar a braveza do streaming brasileiro de brigar com gigantes como Prime Video, de preço mais camarada, mas dona de 0,42% do olhar dos brasileiros, HBO Max (0,16%) e Disney Plus (0,15%), segundo dados de audiência via televisor.

Confira abaixo os gráficos e a parcela que coube a cada meio e plataforma em 2022, em dois cenários: um que soma todos os aparelhos possíveis para exibição de vídeos em casa e outro que considera apenas a audiência via televisor. Em ambos, a chamada TV linear soma emissoras pagas e abertas.

Gráfico
Estudo da Kantar Ibope Media mostra audiência residencial de TV linear e streaming no Brasil em 2022 em todos os aparelhos - Divulgação Kantar Ibope Media
gráfico Kantar Ibope Media
Dados de audiência residencial de relatório anual da Kantar Ibope Media em 2022 em TVs conectadas - Divulgação

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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