Posse de Lula: TVs disputam território em Brasília para transmissão ao vivo
Com apresentações musicais previstas, evento interromperá programação normal da Globo
É normal que as TVs abertas, e não só os canais de notícia, interrompam a programação em dia de posse de novo presidente da República, mas a volta de Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto, prevista para acontecer em 1º de janeiro, contará com elementos extras para ampliar a relevância da cerimônia, especialmente em um veículo que vive de entretenimento e fortes emoções.
Além dos artistas confirmados para se apresentarem na ocasião, recrutados pessoalmente pela futura primeira-dama Janja -Pabllo Vittar, Valesca Popuzuda, Paulinho da Viola e Margareth Menezes, agora confirmada como ministra da Cultura no futuro governo-, a posse será cercada pela tensão gerada por movimentos que contestam a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas, colocando em dúvida a transferência da faixa presidencial diretamente das mãos do atual presidente ao novo mandatário.
Há grande expectativa para acompanhar como se dará essa possível cena, e Bolsonaro já disse que estará lá para transmitir a faixa.
A Globo já escalou um time de profissionais para dar plantão em Brasília a partir das primeiras horas do ano, com destino à TV aberta e ao canal pago de notícias, GloboNews. Renata Lo Prete estará em ação, com previsão de comandar a cobertura ao vivo pela Globo.
O expediente implica reservar um espaço nas proximidades do Palácio do Planalto para servir como QG da transmissão, que terá repórteres e comentaristas espalhados pelas cercanias da rampa e entre a multidão. O PT, partido de Lula, acredita que mais de 300 mil pessoas estarão em Brasília neste dia para acompanhar a posse.
Canais de TV e internet disputam palmo a palmo um espaço seguro para fazerem a transmissão, sem risco de sofrerem interferência de possíveis militantes em favor de Bolsonaro ou mesmo de Lula em cenas ao vivo.
O SBT também prepara cobertura da mudança de mandatário em Brasília, ainda sem confirmação sobre uma possível interrupção na programação, algo que, sabemos, é raríssimo acontecer. A princípio, o material está reservado aos telejornais da emissora.
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro, tendo inclusive um genro, Fábio Faria, no alto escalão do governo, como ministro das Comunicações, Silvio Santos mantém o lema de que o presidente do país funcione sempre como uma espécie de patrão seu. Mudou o chefe da nação, mudou o patrão.
O bispo Edir Macedo, dono da Record e também apoiador de Bolsonaro, não adota o mesmo discurso de Silvio Santos, mas segue prática similar, sem disposição para confrontar o presidente da República. Apoiador de Lula no passado, Macedo ensaia a retomada de boas relações com o petista, e a Record também acompanhará a posse em Brasilía, a princípio com flashes ao vivo durante a programação.
A permanência do sinal aberto para o Palácio do Planalto na Record vai depender da performance de audiência do evento: se os números superarem a média do horário, a festa da posse será esticada no ar.
Na Band, pesa a tradição eleitoral que faz da emissora um palco pioneiro em debates, portanto com atenção à transmissão da posse também ao vivo e ordem para interromper a programação normal.
A RedeTV! ainda não tem uma definição sobre o espaço a ser ocupado pelo assunto na grade, podendo reservar o fato apenas aos telejornais da casa no 1º de janeiro.
CNN Brasil, Globonews, BandNews e Record News preveem transmissão da posse em tempo integral.
Comentários
Ver todos os comentários