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Zapping - Cristina Padiglione

Pode isso? Arnaldo Cézar Coelho cochilou na estreia do Brasil no Qatar: 'jogo ruim'

Ex-comentarista da Globo conta que enfim pode relaxar ao ver do sofá a 1ª partida da seleção em Copas após 36 anos

Arnaldo Cezar Coelho durante gravação do programa Altas Horas em 2018 - Foto: Zé Paulo Cardeal/Globo
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São Paulo

Em seu primeiro jogo do Brasil em Copa do Mundo visto do sofá após 32 anos trabalhando em todos os mundiais de futebol desde 1990, Arnaldo Cézar Coelho disse à coluna que acabou cochilando no primeiro tempo da estreia da seleção brasileira na Copa do Qatar, em duelo contra a Sérvia.

"Eu estava tão relaxado, e jogo estava tão ruim, que dormi no primeiro tempo. Acordei quando vi o 2º tempo, meio sonolento, e então assisti a tudo, mas no começo, acabei tirando, como se diz, uma sesta", disse ele à coluna por telefone, diretamente de sua casa, em Miami.

"O jogo não me prendia, porque aquela marcação mais dura, sob pressão, jogador brasileiro não gosta. Mas é tão diferente ver o jogo relaxado, porque lá [como comentarista], você vive sob tensão, tem que estudar jogadas o tempo todo."

É de Miami que Arnaldo assistirá aos jogos da seleção nesta primeira fase. "As oitavas eu já vou ver no Rio, quer dizer, assim espero, né?"

"Fazia 36 anos que eu não assistia a uma Copa do sofá, como você disse, porque comecei na Globo em 1990, como comentarista. Em 82, apitei a final como árbitro", lembra ele, que teve um breve intervalo entre um trabalho e outro na Copa de 1986.

Alvo da pergunta que acabou se tornando bordão na boca do amigo Galvão Bueno, o ex-árbitro e ex-comentarista de arbitragem da Globo diz que onde quer que vá, sempre é cumprimentado com a pergunta "Pode isso, Arnaldo?". Isso, mesmo estando fora do ar há quatro anos, desde que se despediu da Globo, no final da Copa da Rússia, em 2018, quando resolveu se aposentar.

Questionado sobre o trabalho da arbitragem da vitória do Brasil sobre a Sérvia, Arnaldo disse que não tem reparos a fazer. Ressalta apenas que os árbitros, de modo geral, vêm esticando muito os tempos de acréscimo das partidas, o que desgasta os atletas em campo, gerando câimbras nos jogadores. "E também prejudica a programação das TVs", lembra.

O ex-árbitro dispensa ufanismo para apostar no hexa, mas acredita que o Brasil tem chances de avançar, em função do que foi mostrado pelos demais times até aqui e também pela seleção de Tite, que deve dar trabalho aos adversários. "Vão ter que dividir atenção", falou, ao citar que há vários focos para marcação em campo.

"É como disse alguém depois do jogo: uma hora os caras cansam."

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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