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Zapping - Cristina Padiglione
Descrição de chapéu jornalismo

Bonner ironiza Bolsonaro durante cobertura da apuração dos votos

'Não vou fazer como candidato em debate, 'abre um Google aí', brincou jornalista, que confessou ser um grande imitador de Lula

William Bonner e Renata Lo Prete nos estúdios da Globo
William Bonner e Renata Lo Prete em apuração dos votos no 2º turno das eleições 2022, pela Globo - Reprodução
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São Paulo

Quase no fim da cobertura da apuração dos votos das eleições deste domingo, 30, pela Globo, Renata Lo Prete assegurou que esta seria "a diferença mais estreita que já se viu em um segundo turno presidencial".

"Você está falando isso da sua memória, Renata?", perguntou-lhe, em tom descontraído, o colega William Bonner, que conduziu toda a cobertura ao lado dela.

"Tô", respondeu Renata, rindo.

"Eu tô dizendo isso porque vão me perguntar", reagiu Bonner.

"Mas isso tá certo, é a mais estreita", ela reafirmou.

"Qual é a chance de eu... Eu não vou fazer igual candidato em debate, que fala assim: 'abre um google aí'", falou Bonner, uma referência à frase repetida por Jair Bolsonaro nos debates da Band e da Globo, ao mentir sobre dados ditos pelo então candidato à reeleição diante das câmeras.

"Dá um Google aí", afirmou Bolsonaro, em mais de uma ocasião.

Renata então voltou a dizer que a distância entre Aécio Neves e Dilma Rousseff em 2014 foi de pouco menos de 3,5 milhões de votos e era a mais apertada até então.

Lula venceu Bolsonaro por menos de 2 pontos percentuais.

Poucas vezes se viu Bonner tão à vontade diante das câmeras. Quando o painel de votos era atualizado e ele dizia "virou de novo", corrigia-se: "Virou não, atualizou. Cada vez que eu falo isso, alguém toma um susto, porque não houve uma virada, o certo é 'atualizou'", esclareceu, para não confundir o termo com uma possível inversão do placar.

"Parece futebol", disse Renata.

"Chama o Galvão", corroborou Bonner, que se comparou ao locutor de esportes em outra ocasião, mais adiante, quando narrava o trajeto do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, até o hotel onde faria o seu primeiro pronunciamento, próximo da avenida Paulista.

"Neste momento, eu e Renata Lo Prete somos praticamente um Galvão Bueno", disse.

O editor-chefe do Jornal Nacional lembrou que é paulistano, assim como Renata, e descreveu trecho da avenida Dr. Arnaldo, onde fica o cemitério do Araçá, mostrando depois as cercanias do Incor e o Conjunto Nacional, já na Paulista, quase como um Waze na cobertura do evento.

Bonner citou ainda que o episódio causado pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), que no sábado, véspera do pleito, perseguiu um homem com um revólver em punho, apontado para ele, ocorreu próximo dali, a quatro ou cinco quadras, na alameda Lorena, nos Jardins.

O jornalista chegou a confessar ser um ótimo imitador de Lula, e se conteve em não demonstrar isso diante das câmeras, ao lembrar que o entrevistou no Jornal Nacional, um dia após a sua eleição, em 2002. "Eu não vou imitar o Lula aqui", disse.

Ao ver um motorista impaciente focalizado no trajeto, Bonner ponderou: "Meu amigo, é uma vitória de um candidato", disse. "Calma."

E numa demonstração de alívio, após o pronunciamento de Lula, Bonner confessou que teve "uma sensação de um retorno ao mundo da normalidade." "No geral, o que o presidente eleito abordou ali são aflições nacionais que o mundo e o brasileiro conhece muito bem e que andaram meio fora de discussão nos últimos anos."

"Concordo totalmente", disse Renata.

Mais tarde, o apresentador se viu obrigado a esclarecer que o barulho de uma latinha se abrindo no estúdio era referente a água, e não a qualquer outra bebida. "Teve uma hora que eu pedi pra beber uma água e as pessoas ouviram barulho de latinha, a internet é imperdoável: dizem que está cheio de meme. Minha filha está na França e e disse que está cheio de meme. Vocês acham mesmo que eu ia beber outra coisa numa apuração? É água, gente." E abriu outra lata para mostrar seu conteúdo ao público.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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