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Zapping - Cristina Padiglione
Descrição de chapéu internet YouTube

Hábito de ver YouTube pela TV já alcança 75 milhões de pessoas no Brasil

Zapear pela plataforma transforma em coletiva uma experiência nascida como individual

Hábito que dá mais de uma tela simultânea a cada usuário se multiplica - REUTERS/Dado Ruvic
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São Paulo

A expansão das SmarTVs e de tantas caixinhas e cabos capazes de levar conteúdo transmitido pela internet à tela do televisor tem alterado significativamente o modo como as pessoas consomem o mais democrático dos serviços de streaming, capaz de oferecer uma gama de canais que nenhum outro portal tem.

É assim que o YouTube vem ganhando caráter de TV, inclusive aglutinando plateias coletivas diante de conteúdos inicialmente criados para oferecer uma experiência restrita ao campo individual, no máximo compartilhada pela tela do celular ou do computador de modo pouco confortável para que mais um, dois ou três espectadores se acotovelassem diante da tela,

De acordo com a pesquisa WhyVideo, realizada pela Ipsos, mais de 75 milhões de brasileiros consomem o YouTube na TV conectada. Em uma comparação entre junho de 2020 e junho de 2019, o tempo de exibição do YouTube visualizado nas telas de TV cresceu 115% no Brasil e a plataforma novamente é apontada como o serviço de vídeos número 1 na percepção dos consumidores perguntados sobre qual menu faria mais falta se não existisse.

O YouTube tem sublinhado para o mercado publicitário seu valor de alcance junto ao público. A mesma pesquisa aponta, por exemplo, que 82% dos consumidores no Brasil dizem que a publicidade em vídeos da plataforma os torna mais propensos a considerar a compra de uma marca ou produto, tentando superar aquela ideia de que todo mundo pula as janelinhas de propaganda assim que pode acessar o conteúdo buscado.

A consolidação do live commerce, especialmente durante a pandemia, mudou não apenas a forma como o conteúdo é consumido, mas também como os usuários descobrem e compram produtos, com mais autonomia: 85% dos entrevistados pela pesquisa Talk Shoppe dizem que, ao fazer compras/navegar no YouTube, sentem que podem tomar a decisão de comprar ou não comprar mais rapidamente.

Também fica em 85% a fatia de usuários que diz que a publicidade em vídeos do YouTube ajuda a conhecer novas marcas e produtos.

Os primeiros dados divulgados pela Kantar Ibope Media sobre a medição de audiência nas plataformas de streaming no Brasil também atestam que o YouTube é o serviço mais acessado do país, deixando a Netflix em segundo lugar.

Mas a própria expansão do streaming, com GloboPlay, Disney, Amazon Prime Video, HBO, Pluto TV, Paramount, Star+ e outras plataformas também ajudou a acelerar a venda de Smart TVs e de caixas prontas para conectar televisor e internet, como a da Apple TV e até a de operadoras que antes só trafegavam nas transmissões via cabo e satélite, como a Claro.

Por isso, o YouTube, de acesso gratuito, foi também favorecido pelo movimento incentivado por serviços pagos. Uma vez que o sujeito tem um televisor conectado na sala, por que não zapear pela pluralidade e diversidade da plataforma do Google?

E como uma coisa alimenta a outra, essa multiplicação de plateia na frente da tela também tem abastecido o ânimo da publicidade e dos criadores de conteúdo, cobrindo interesses do universo de entretenimento, esportes e até de política, onde convém estar atento a fake news nesses dias bélicos que precedem as eleições por aqui.

Zapping - Cristina Padiglione

Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).

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