'Pantanal' homenageia brigadistas que combateram queimadas
Velho do Rio luta contra incêndio criminoso e sucuri sai ferida, como ocorreu com bichos na vida real
Alvo de queimadas recordes no ano passado, com cenas trágicas de animais mortos ou feridos pelo fogo, o Pantanal virou foco de um persistente trabalho de voluntariado por parte de socorristas e bombeiros em agosto de 2021. Essas pessoas e organizações terão seu momento eternizado na ficção de "Pantanal", novela de Benedito Ruy Barbosa reescrita pelo neto Bruno Luperi.
A homenagem virá por meio da entidade que reina sobre aquele cenário na novela da Globo, no caso, o Velho do Rio, personagem de Osmar Prado, que se reveza entre a forma humana e a de uma sucuri. No capítulo que vai ao ar nesta terça (28), a sequência mostra o Véio lutando para combater o fogo, sob o risco de se ferir.
É mais um ponto do enredo que trata de colocar em cena as questões ambientais que pedem medidas urgentes. Em entrevista ao F5, Osmar Prado contou que "o Velho do Rio, com seu cajado, como se fosse um Dom Quixote de la Mancha, tenta apagar o fogo sozinho, mas vai ser derrotado pelas chamas". "Quase morre de novo", continua. "Juma, com o conhecimento do poder de cura das ervas, o trará de volta."
Na cena, a sucuri sai da água e vem serpenteando pela beira do rio até assumir a figura do Velho. Ele não precisa ir até muito longe para avistar uma cortina de fogo à sua frente. "Eu num posso acreditá numa coisa dessas... Isso... Isso num tá acontecêno... Num pode...", diz, estarrecido. Ele enfia a mão na terra e exibe a poeira, seca. "O fogo num vem na seca... Num vem. Só vem quâno vem raio... E raio só cai quâno vem chuva... De onde é que veio isso?!"
Logo o Velho segue na direção do fogo, disposto a combatê-lo. "Isso vai se alestrá por tudo que é canto... Vai transformá essa terra numa caldêra... Vai matá tudo o que vê pela frente..."
O Velho fala respirando com dificuldade, no limite de suas forças. "Eu tenho que fazê alguma coisa... Mas o quê?! É uma batalha perdida." Mas ele não desiste.
É quando encontra um fazendeiro com arma na cintura, dando ordem a dois capangas que admitem ter tocado fogo na região. O Velho se manifesta, e um dos capatazes ameaça matá-lo, quando ele vira sucuri e tenta dar o bote. O outro ameaça matá-lo, mas o fazendeiro com cara de mau pede que eles deixem a cobra queimar no incêndio.
Na sequência, aparecem os brigadistas, em clara referência aos heróis da vida real que surgiram no Pantanal no segundo semestre do ano passado. É importante que a passagem marque presença na novela, já que todo o alerta trazido à tona em 2021 deve ser lembrado em meio ao encanto que a novela tem promovido junto ao público.
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