Apaixonado por Carnaval e autor de alguns sambas-enredo, Marcelo Adnet será o narrador da série documental "Lei da Selva - A História do Jogo do Bicho", de Pedro Asbeg, que trafega por um universo intimamente ligado aos espetáculos da folia na Sapucaí, mas também pelo mundo do crime organizado.

Em quatro episódios, a produção mostra que a prática abastece o financiamento do tráfico de drogas, milícia e corrupção. A produção é da Kromaki, em parcedria com o Canal Brasil: estreia no dia 29 de abril, às 22h30, no Canal Brasil e nos serviços de streaming Canais Globo e Globoplay + Canais ao Vivo.

"Antes de fazer a narração, eu assisti à série toda e fiquei maravilhado, achei o trabalho muito bacana, completo", diz Adnet. "Além disso, é uma locução que tem uma característica diferente, ela é bem informal. Eu tentei narrar essa história como se eu estivesse em uma mesa de bar contando para pessoas de fora do Rio", completa.

Criado em 1892 pelo barão João Batista Viana Drummond para impedir o fechamento do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, o jogo do bicho era uma rifa de apostas em números que representavam animais.

Nos anos 1890, a prática se popularizou e foi definitivamente incorporada pela cultura popular da cidade, somando hoje 130 anos de atuação nas esquinas da cidade e adjacências, tendo se espalhado por todo o país..

"Contar essa história do Barão de Drummond até os dias conturbados de hoje é contar a trajetória do Rio de Janeiro, do Brasil e a minha história. Eu nasci aqui na década de 80, sou um apaixonado por samba e alguém que vive as contradições da cidade", emenda Adnet, que também é especialista no assunto, tema de sua monografia quando se formou em Jornalismo pela PUC-Rio.

HISTÓRIA REAL

"Lei da Selva" é uma série documental de quatro episódios que mostra como a loteria criada para financiar um jardim zoológico no Rio foi incorporada pela cultura popular e, nas mãos de contraventores organizados nos moldes da máfia italiana, transformou-se num imenso império do crime, movimentando bilhões e deixando um espesso rastro de sangue e corrupção que desemboca na milícia carioca.

Zapping - Cristina Padiglione

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Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).