Guerra na Ucrânia faz GloboNews comer poeira da CNN Brasil
Com acesso à estrutura da CNN Internacional, canal vem batendo a líder no segmento
A CNN Brasil completa dois anos no ar finalmente podendo afirmar que às vezes já supera sua principal concorrente, a GloboNews, líder no segmento de notícias da TV paga no Brasil, em um panorama mais consistente do que em um ou outro minuto, como acontecia até o início da guerra na Ucrânia.
Na segunda-feira (14), véspera de seu aniversário, a CNN Brasil bateu a GloboNews na média do dia todo, com pico às 17h46, quando alcançou a liderança da TV paga em São Paulo e ficou em 5º lugar no ranking geral de canais, com 1,65 ponto dentro da base de assinantes de TV na região.
Neste momento, enquanto a faixa CNN 360 estava no ar, a Globo tinha 14,59 pontos e a Record, 6,38. A Band estava em 3º, com 4,95 pontos, e o SBT, em 4º, com apenas 2,33. A Gazeta se posicionava então na 6ª colocação, com 0,78 ponto, e só então aparecia a GloboNews, em 7º lugar, com 0,76.
Os números correspondem ao ranking mensurado na mostra de domicílios com TV por assinatura, que corresponde a 2.640.227 milhões de domicílios. Nesses parâmetros, 1 ponto de audiência em 2022 corresponde a 26,4 mil lares, ou a 72,5 mil espectadores.
Ao longo de segunda-feira, das 7h às 24h, a CNN Brasil bateu a Globo na Grande São Paulo com média de 0,52 ponto ante 0,47 do canal dos Marinho na base de assinantes. Foi uma situação excepcional, mas que vem refletindo o crescimento da audiência da CNN em função da qualidade da cobertura da guerra na Ucrânia.
Com condições de usar as imagens da CNN Internacional, a CNN Brasil tem dado um banho na GloboNews com imagens in loco do conflito motivado pela Rússia, apoiando-se apenas em traduções para o português em boa parte das transmissões. Sem tantos relatos locais quanto a adversária, a GloboNews tem abusado de análises de especialistas, em geral registradas sob o conforto do ar condicionado dos estúdios ou das casas dos entrevistados (no caso de entrevistas remotas).
Enquanto a CNN mostra correspondentes em todas as sete fronteiras da Ucrânia, a GloboNews tem coberto o conflito de modo mais distante, mantendo no país apenas dois profissionais e recorrendo com frequência a relatos de correspondentes na Europa ou dos Estados Unidos, ainda mais longe.
No início do mês, ao perceber que a concorrente estava lhe deixando na poeira, a GloboNews lançou a faixa intitulada Central da Guerra, mas a iniciativa logo se mostrou uma questão mais de nomenclatura do que de conteúdo.
Internamente, jornalistas da GloboNews fazem piada com o título, chamado também como Central das Eleições ou da gasolina: sem material suficiente para encarar a CNN Brasil na Ucrânia e vizinhança, o canal do Grupo Globo tem ocupado boa parte do espaço do Central da Guerra com informações e novidades sobre as eleições presidenciais no Brasil ou sobre o aumento de preço dos combustíveis.
Embora seu maior êxito seja na Grande São Paulo, região que mais interessa à TV por concentrar o maior número de consumidores, e portanto, de publicidade, a CNN Brasil também tem vencido a Globonews, ainda que por vantagens menores do que em SP, no PNT o Painel Nacional de TV da Kantar Ibope Media, que engloba as 15 áreas metropolitanas de maior consumo do país.
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