Certa de que as pessoas estão loucas para relaxar e gritar "sextou!" sem sobressaltos da vida real diante da TV nas noites de sexta, a Globo abandonou de vez a proposta de exibir grandes dramas no Globo Repórter.

Ao invés de aprofundar temas pertinentes do noticiário atual em um programa de uma hora de duração e que carrega a palavra "repórter" no nome, a proposta é buscar um jornalismo de escapismo, digamos assim, fugindo ao máximo da realidade que abala o público nos noticiários do dia a dia.

Assim, a estreia da temporada 2022, nesta sexta (4), endossa o rumo tomado pelo programa ao longo dos últimos anos. Acontecimentos trágicos abordados com profundidade têm encontrado guarida no Profissão Repórter e no Fantástico, já que as noites de domingo são de fato um aperitivo para a volta ao batente no dia seguinte, na contramão dos anseios das noites de sexta.

Na edição que marca o retorno do programa, nesta semana, o repórter Tiago Eltz mergulha na Baja Califórnia, região entre o Oceano Pacifico e o Mar de Cortez, no lado mexicano da Califórnia, que o explorador Jaques Costeau definiu como o Aquário do Mundo.

Num misto de turismo e jornalismo ecológico, foco que há 30 anos era reservado às manhãs de domingo com Paula Saldanha, Eltz contracena com filhotes de lobos-marinhos, o tubarão-baleia (o maior peixe do planeta), e esbarra em pelo menos quatro tubarões-touro, espécie que tem maior registro de ataques no mundo.

O jornalista surge ainda no meio de um gigantesco cardume, que mais parece uma muralha viva de peixes. "Nadar com esses animais que estão aqui no Mar de Cortez é uma experiência única e eu espero que a gente consiga transmitir toda a emoção desses encontros e toda a beleza desse lugar pra vocês", comenta Tiago.

O foco do Globo Repórter não muda neste ano que se inicia, assim como o seu horário, que justifica a escolha da Globo pelo tom editorial. Logo, a edição vai ao ar na noite de sexta, após o BBB 22.

Zapping - Cristina Padiglione

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Cristina Padiglione é jornalista e escreve sobre televisão. Cobre a área desde 1991, quando a TV paga ainda engatinhava. Passou pelas Redações dos jornais Folha da Tarde (1992-1995), Jornal da Tarde (1995-1997), Folha (1997-1999) e O Estado de S. Paulo (2000-2016). Também assina o blog Telepadi (telepadi.folha.com.br).