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Colo de Mãe
Descrição de chapéu Família

Bullying na internet deixa feridas muito piores, diz Cris Poli

Conhecida por Supernanny, ela lança livro e alerta: 'toda escola tem bullying'

Cris Poli, conhecida como Supernanny, fala sobre bullying - Divulgação
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São Paulo

O bullying nas redes sociais deixa feridas maiores e é mais difícil de combater segundo a educadora Cris Poli, que ficou conhecida no início dos anos 2000 como Supernanny. "As redes sociais têm tornado tudo muito mais agressivo e mais violento, e ninguém consegue te defender", afirma ela.

Em seu novo livro "Bullying: Como Prevenir, Combater e Tratar" (ed. Mundo Cristão, 96 págs., a partir de R$ 39,90), a educadora alerta ainda a pais e professores sobre o que vem ocorrendo nas escolas. De acordo com ela, não existe escola que não tenha que lidar com o assunto, todas passam por casos de bullying mais ou menos graves.

Em entrevista à coluna Colo de Mãe ela explica que o bullying na internet ou ciberbullying é um tema desafiador para as famílias, as escolas e, especialmente, para quem é vítima, porque se torna muito difícil identificar o agressor e defender a criança ou o adolescente agredido.

"Hoje, com esse negócio de ciberbullying, as pessoas ficam escondidas, você não sabe quem está agredindo, você não consegue se defender. Minha maior preocupação são as crianças e os adolescentes."

Para ela, o caminho para minimizar os estragos que o bullying pode trazer é a participação ativa dos pais na vida dos filhos, controlando o que veem na internet e sempre buscando entender e saber como foi o dia quando a criança ou o adolescente está em outro ambiente.

Outra dica é observar o comportamento dos filhos e buscar ajuda caso perceba que algo está diferente. A educadora diz que é preciso haver parceria na relação entre pais e escolas, mas afirma que os pais devem trazer sempre para si a responsabilidade de educar seus filhos, sem repassar para a escola, igreja ou outros ambientes.

Cris Poli afirma que o livro foi a forma que encontrou de "conversar" com os pais sobre um tema que sempre existiu —"não com esse nome", diz ela—, mas que está mais presente hoje na vida dos filhos. Ela faz atendimentos a pais e diz que tem sentido as dificuldades relativas a essa questão.

No livro, a educadora também conta o caso de bullying sofrido por uma de suas netas. Segundo ela, a ação dos pais, que foram em busca da escola e da família da outra criança, foi imprescindível para resolver o problema com menos danos possíveis. Para Poli, tanto quem sofre bullying quanto quem comete precisa de ajuda. Muitas vezes, em sua opinião, crianças e adolescentes estão extravasando algo que acontece com eles quando fazem bullying.

O livro já estava escrito antes da pandemia, mas com a Covid-19, ficou parado, esperando o melhor momento de ser lançado. A educadora quer que ele seja como um guia para pais, tendo em vista as dificuldades de se educar em uma sociedade moderna e com muitas novidades, como a que vivemos.

"Os pais estão muito ocupados trabalhando, fazendo suas coisas e nem sempre conseguem monitorar o que os filhos estão assistindo. Eles acabam não sabendo o que está acontecendo com o filho. Eu tenho observado tudo isso e achei que devo dar uma ajuda para os pais", diz.

COMO IDENTIFICAR E TRATAR O BULLYING?

A principal dica de Cris Poli é tentar perceber alguma mudança no comportamento do filho. Se está mais introspectivo, triste ou mesmo agressivo e entender o que se passa. Ao identificar que o filho sofre bullying, é preciso saber em qual ambiente e buscar ajuda.

Se o caso está ligado à escola —o que é mais comum de se acontecer—, é preciso buscar, em primeiro lugar, o professor e, depois, alertar coordenação e direção. É muito importante também tentar resolver a questão com a outra família envolvida, da criança ou do adolescente agressor.

Caso nada surta efeito, é preciso proteger a criança ou o adolescente. Uma mudança de turma ou de escola pode ajudar nesse fortalecimento após as agressões, sejam elas físicas ou verbais. Também é preciso orientar o filho para saber se posicionar em situações de opressão e para que tenha resiliência.

"Eles estão em uma fase que estão aprendendo a se relacionar. A socialização é um aprendizado: aceitar as pessoas, se aceitar, é tudo um aprendizado", afirma.

No caso do bullying na internet, ela acredita que é mais difícil combater, mas sempre é necessário proteger o filho. Um caminho é tentar denunciar, se for possível. Caso contrário, é buscar uma forma de barrar o acesso que o agressor está tendo e controlar ainda mais os passos dos filhos na internet, principalmente nas redes sociais.

Colo de Mãe

Cristiane Gercina, 42, é mãe de Luiza, 15, e Laura, 9. É apaixonada pelas filhas e por literatura. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é jornalista de economia na Folha. Opiniões, críticas e sugestões podem ser enviadas para o email colodemae@grupofolha.com.br.

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