Somos seres racionais; não dá para parirmos crianças como se esse fosse o único destino
Filhos, nossa maior escolha
Filho não pode ser consequência, tem que ser escolha, amor e projeto de vida. Filho não pode ser apenas a representatividade do cansaço, das obrigações diárias e da natureza feminina ligada à reprodução. Filho tem que ser luz no fim do túnel, motivo para sorrir e vontade de acertar.
Filho não pode ser acidente, tem que ser surpresa boa, presente ao virar a esquina da existência. Tudo isso porque filho é viagem sem volta. E se a ida não for legal, você terá uma existência de infelicidade e não conseguirá colocar a energia necessária para criar seres humanos bacanas.
Estamos em pleno século 21 e eu ainda tenho lido e ouvido de muitas mulheres, muitas vezes levadas pela religião, que nosso único caminho no mundo é o de reproduzir. Que, ao nos casarmos, não devemos fugir do destino natural, que é o de parir.
Não pode ser assim. Somos seres racionais, dotadas de inteligência. Não podemos aceitar que nossos corpos de mulheres humanas funcionem como o de qualquer outra fêmea do mundo animal, que reproduz sem ter escolha, levada por instinto.
Filho não é o único caminho a se seguir depois da vida adulta. Mas pode, sim, ser um caminho de realização quando temos consciência sobre nossos corpos e nossas escolhas.
Tudo porque filho cansa, dá trabalho, vira nossa vida do avesso, faz com que reajustemos a rota. E isso não ocorre apenas no momento em que, conscientemente, escolhemos gerar uma nova vida. Filho nos faz reorganizar a rota quase que diariamente.
Não nos deixemos levar pelas palavras de quem não sabe nada sobre maternidade e quer nos forçar a sermos meras reprodutoras humanas. Temos que entender que somos donas não apenas dos nossos corpos, mas de nossos destinos.
Tenha filhos, mas consciente de que eles devem ser a maior escolha. Assim, apesar do cansaço, você ainda vai ser completamente apaixonada.
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