Quem pensa ser difícil pacificar politicamente o país nunca precisou apaziguar briga de filho
Não é fácil chegar a um consenso, mas depois da discussão, todos voltam a ser irmãos
Sabe aquela imagem da mãe angelical, pronta para os filhos e feliz pelo dom da maternidade? Se um dia existiu em mim, desapareceu em segundos, principalmente naqueles momentos em que tive que apaziguar as filhas.
Dia desses, um pirulito quase me enlouqueceu. Azul, em formato de boca, daqueles que pintam a língua. Uma dizia: é meu. E a outra rebatia: é meu. Era noite. E eu só queria paz para poder dormir.
Na primeira tentativa de pacificação, dei uma de juíza e determinei quem era a dona do pirulito. Depois, com a apresentação dos embargos, pensei que poderia estar sendo injusta. Reformei a sentença e prometi um saco de balas para a não dona do pirulito.
Diante da recusa e do choro, determinei que quem cedesse de bom coração à outra ganharia um saco de pirulitos no dia seguinte. Algo como “você ganhará o reino dos céus quando morrer”, o que não convenceu ninguém. Mediante o fuzuê, confisquei o pirulito. Nem para uma, nem para a outra.
A infelicidade reinava. Então, resolvi fazer uma investigação mais minuciosa e descobri que as duas falavam a verdade: ninguém tinha chupado pirulito algum. Eram dois, e eu achei o que faltava.
Fim. Paz mundial. Imaginei que a desavença tinha desgastado o relacionamento. Engano. Eram, de novo, melhores amigas e não paravam de se abraçar. Quem dera fosse assim nas eleições!
Comentários
Ver todos os comentários