Relato corajoso de Barbara Gancia é uma porrada sobre o dia a dia do dependente em álcool
Livro 'A Saideira' traz relatos da jornalista, que quase morreu
Quem conheceu a jornalista Barbara Gancia no sofá de discussões do programa Saia Justa (GNT) pode não saber, mas sua talentosa carreira na imprensa escrita possui décadas. Suas reportagens e colunas, publicadas principalmente na Folha, porém, são tão marcantes quanto uma doença com a qual ela lidou por toda a existência: o alcoolismo.
É para esclarecer detalhes do problema, sem gênero, idade nem classe social, que ela abre detalhes da sua vida pessoal e profissional no livro “A Saideira: Uma Dose de Esperança Depois de Anos Lutando contra a Dependência” (R$ 49,90, 280 págs., Planeta).
Foram 30 anos regados a muita bebida e 11 de sobriedade, que serviram para que Barbara refletisse sobre a necessidade de ajudar quem sofre com a dependência.
São histórias duras, que vão de vexames em festas a acidentes provocados pelo álcool. Em um deles, perdeu a visão do olho direito. Em outro, também provocado por dirigir embriagada, ela invadiu a fachada de vidro de uma loja de tapetes na zona sul.
Chegou um momento, conta Barbara, que o pai cogitou deixar de falar com ela. A jornalista destaca que a família sempre a ajudou, mas conta que os parentes tiveram dificuldade em aceitar que ela era portadora de uma doença que exigia internação.
Narra ainda os bastidores de suas passagens por clínicas e as pessoas que ela conheceu enquanto esteve por lá. Acima de tudo, o franco relato de Barbara é um ato corajoso, de quem não teme se expor para lançar luz sobre a doença –ainda hoje vista com preconceito.
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