Nova biografia de Agatha Christie revela segredos mais pessoais da autora, a dama do suspense
Um deles é o sumiço de duas semanas que mobilizou o mundo
Com a proposta de esclarecer o que ocorreu nas lendárias duas semanas em que a escritora britânica Agatha Christie (1890-1976), já considerada um ícone mundial da literatura, sumiu, em 1926, “Agatha Christie – Uma Biografia” (R$ 59,90, 476 págs., BestSeller) chega às livrarias.
Único autorizado pela família até hoje e com pretensão de ser relato definitivo da vida da autora, o livro de Janet Morgan faz mais do que tentar desvendar o mistério. Mesmo porque logo se chega à conclusão de que a escritora teve um surto provocado pelo estresse do divórcio de seu primeiro marido, Archibald Christie, de quem herdou nome.
Saiu de casa dirigindo sozinha, sofreu um acidente de carro e procurou uma clínica de repouso, onde se inscreveu com outro nome. Bastante fantasioso. Mas, ao que tudo indica, a mente de Agatha engendrou tudo isso e ainda bloqueou a memória do que ocorreu. O consciente dela nunca se lembrou do que ao certo ocorreu quando sua mais viva personagem entrou em cena.
E o que este novo livro faz, principalmente, é lançar luz à maneira de pensar de Agatha, mulher reservada, a partir do detalhamento de sua árvore genealógica e de sua infância.
Conta, por exemplo, que sua mãe foi criada por uma tia, pois a avó de Agatha enfrentou dificuldades financeiras. Não cresceu, entretanto sem o melhor que a aristocracia inglesa (e a titia-vovó de Agatha) poderia lhe proporcionar.
De sua boa educação veio o zelo com os filhos. Chegou até a elaborar teorias contraditórias de como alfabetizá-los. Agatha, por exemplo, aprendeu a ler sozinha e não se adaptou à sala de aula quando conheceu uma.
Mulher à frente de sua época, aprendeu a se impor frente a editores. Superou o baque do divórcio e se casou de novo. Inclusive com um arqueólogo dez anos mais novo do que ela: o professor Max E. L. Mallowan .
No livro, o leitor descobre que ser escritora nunca foi uma pretensão. Na verdade, Agatha era tão fora de seu momento histórico que elaborar tramas complexas se tornou um refúgio para o qual aprendeu a se deslocar com cada vez mais maestria.
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