Viúva de Chorão narra sucesso e declínio do vocalista do Charlie Brown, morto em 2013
Livro 'Se Não Eu, Quem Vai Fazer Você Feliz?' conta história do casal
Com trecho de uma das principais músicas da banda Charlie Brown Jr. como título, o livro “Se Não Eu, Quem Vai Fazer Você Feliz? - Minha História de Amor com Chorão” (R$ 49,90, 262 págs., Paralela), escrito pela estilista Graziela Gonçalves, viúva de Chorão (1970-2013), narra a história de amor dos dois.
E, a partir daí, fala do surgimento da banda e a sucessão de fatos que levou o vocalista a sucumbir à depressão e às drogas –ele foi encontrado morto, vítima de uma overdose de cocaína. Nessa época, os dois estavam separados: uma forma encontrada por Grazi para convencê-lo a se tratar.
A obra descreve detalhes da personalidade de Chorão, que, se por um lado recebeu o apelido pela fama de ser emotivo, por outro era conhecido pelo temperamento forte e briguento. Fala das brigas entre os integrantes e da relação intensa de Chorão com o baixista Champignon, que se matou seis meses após a morte do vocalista do grupo.
Conta também como Grazi o inspirou a compor suas principais músicas. Os dois se conheceram em Santos e se aproximaram pela música, ponto de convergência entre seus dois mundos: o dele, do skate e da rua, e o dela, mais refinado, com gosto pela moda e pelo estudo.
Os desafios para ficarem juntos foram, em partes, como os de qualquer casal. Em certo ponto, Grazi abriu mão de acompanhar o Charlie Brown Jr. para prosseguir em seus estudos na moda. A atitude não foi vista com bons olhos pelo músico. Ele entrou em uma crise de insegurança que afastou o casal. Mas logo voltou atrás e passou a se sentar na primeira fila das apresentações da amada.
Mesmo assim, nunca se mostrava pronto para ser pai, assunto que virou tabu depois que Grazi sofreu um aborto espontâneo do primeiro filho do casal –que pegou ambos de surpresa.
Por fim, a estilista conta como a dependência química o deixou paranoico, com surtos constantes. A pressão da fama não poupou Chorão, que se lançou ao álcool e às drogas como forma de se refugiar em seu próprio mundo. "Queria mostrar que minha vida com ele era mais do que aqueles últimos anos. Só recebi coisa boa por ter aberto essa janela aos fãs”, diz Grazi.
Ela conta que demorou anos para conseguir sintetizar o que ocorreu entre os dois, mas que o resultado de seu trabalho foi fundamental para que conseguisse seguir em frente. Diz ainda ter gostado tanto de escrever o livro que já prepara a sua primeira ficção, ainda sem data de lançamento.
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