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Cinema e Séries

'Uma Quase Dupla' une experiência dramática de Cauã Reymond ao humor de Tatá Werneck

Filme chega aos cinemas nesta quinta-feira (19)

Os atores Cauã Reymond e Tatá Werneck em cena do filme "Uma Quase Dupla"
Os atores Cauã Reymond e Tatá Werneck em cena do filme "Uma Quase Dupla" - Divulgação
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São Paulo
Agora

Tatá Werneck até tenta falar sério sobre o filme “Uma Quase Dupla”, que estreia nesta quinta (19) nos cinemas. Mas a atriz não consegue. E o seu parceiro no longa, o galã Cauã Reymond, entrou no mesmo clima, desde a preparação da comédia, que marca a primeira parceria entre os atores, que são amigos.

"A gente já queria fazer algo junto há muito tempo. Poderia ser uma noite, mas acabou sendo um filme”, brinca Tatá. O amigo responde à altura. “Admiro muito a Tatá. Ela é uma comediante brilhante. Eu era fã dela mesmo antes de vê-la dançando nua em sua festa de aniversário”, rasga Reymond.

No longa de agora, o galã teve o desafio de fazer uma comédia rápida e aprender a lidar com os improvisos de Tatá Werneck. “Sempre tive vontade de fazer um filme sobre dois policiais, e a ideia nasceu como um longa de humor macabro, mas que acabou se tornando uma comédia mais leve, mais familiar”, diz Cauã.

No filme, o galã interpreta Claudio, moço criado na cidade fictícia de Joinlandia, onde todo mundo é “joia”. Filho de policial, ele herdou a profissão do pai, mas pouco exerce seu ofício em um lugar em que nada acontece. Até que um estranho assassinato assola a pequena cidade. Para solucionar o crime, a experiente Keyla (Tatá Werneck), policial acostumada à violência do Rio, é convocada a ajudar.

Para atuar, Cauã disse que esqueceu tudo sobre armas que aprendeu na série “O Caçador” (2014). “Para entrar em contato com o humor da Tatá, pensei em viver um cara com raciocínio bem lento e que teria um momento de genialidade”, diz Reymond.

Atriz que nasceu na comédia, Tatá Werneck diz ter aprendido com Cauã Reymond a levar um filme a sério, durante a gravação de “Uma Quase Dupla”. “Entrei na novela [‘Deus Salve o Rei’] após essa gravação e o diretor me elogiou, dizendo que eu melhorei muito em relação ao posicionamento de câmera e de luz. Respondi que foi a escola Cauã Reymond de atuação”, brinca Tatá. “Por outro lado, eu parecia o monstro da Tasmânia em cena.”

Para Reymond, o choque de estilos amadureceu os dois. “Eu vinha de dramas muito densos e projetos que exigiam lados dramáticos fortes. Eu não fazia comédia há anos, desde ‘Reis e Ratos’ [2012], e durante esse projeto aprendi sobre o tempo da comédia. Atrapalhei piadas da Tatá e ela foi mostrando como eu deveria agir para ajudá-la."

HUMOR MACABRO

O longa “Uma Quase Dupla” nasceu de uma ideia do ator Cauã Reymond e foi concluído com sugestões de toda a equipe. “Esse filme foi feito por muitas mãos. Além de direção e produção, a Tatá convidou alguns roteiristas que trabalham com ela no ‘Lady Night’ [Multishow] para afinar o roteiro”, diz Reymond.

O cineasta Marcus Baldini, de “Bruna Surfistinha” (2011), foi convidado a dirigir o filme. “Fiquei curioso sobre como esses dois atores, de estilos tão diferentes, iam conduzir um longa com uma história tão maluca. A minha escolha foi levar a investigação da história a sério e deixar o nonsense aos atores”, explica o diretor.

Parte dessas cenas teve contribuição de Tatá Werneck. A personagem dela, Keyla, chegou a lamber o chão e os dedos dos defuntos atrás de pistas do assassino. “Tudo isso surgiu porque ela levava o seu lado investigativo às últimas consequências. Em cenas originais, eu cheguei a enfiar o dedo nas partes íntimas do morto”, conta Tatá. “Ela perguntou se podia lamber o chão. Eu achei estranho, mas disse que sim e acabou ficando ótimo”, diz o diretor.

Filmes dos irmãos americanos Joel e Ethan Coen, como “Fargo” (1996), “O Grande Lebowski” (1998) e, mais recentemente, “Queime Depois de Ler” (2008), que têm tom de humor macabro, foram influências para o diretor. Mas a necessidade de criar um filme familiar mudou o rumo. “Em uma das cenas cortadas, eu e Cauã ficamos um tempão cheirando um pó para ter certeza de que era cocaína”, conta Tatá. “É, foi uma dó tirar essa cena”, lamentou Cauã.


Direto da Plateia

Comédia para fãs
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Quem adora o jeito louco de Tatá Werneck, que fala frases soltas e sem sentido em uma velocidade tremenda, já tem um motivo para ver a comédia “Uma Quase Dupla”. É bem divertido, no entanto, ver o galã Cauã  Reymond em um figurino brega, de calça jeans e camisa xadrez bem justas, tentando ser o grande policial da cidade.

Quando, na verdade, ele é apenas um filho mimado pela mãe, que nunca esquece o protetor solar. Só essa característica dada ao personagem dele dá muita graça ao filme. As cenas de crime também são hilárias porque zombam dos assassinos em série que sempre cuidam de dar a sua identidade ao crime. Bom também que, apesar de bem inocente, o filme tem uma boa virada e dificulta a descoberta do real assassino.

Fica no ar, no entanto, uma certa falta de tempero. O que pode ter a ver com as cenas que foram cortadas na edição. A produção escolheu apostar em um público maior e deixou o humor macabro inicial de lado. Impossível saber, mas talvez a escolha por cenas menos chocantes tenha tirado um pouco do humor mais pesado do filme. Isso poderia ter marcado o longa como uma parceria de dois grandes nomes da TV que se arriscam em fazer algo novo –como poucos fizeram.

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