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Cinema e Séries
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Gêmeas trans do Brasil contam história de vida e falam sobre nova rotina em série

Mayla Phoebe e Sofia Albuquerck, 21, são as primeiras e mais jovens irmãs a se submeterem à cirurgia de redesignação sexual juntas

As gêmeas transgênero Mayla Phoebe e Sofia Albuquerck na série documental 'Gêmeas Trans: Uma Nova Vida' - HBO Max / Divulgação
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São Paulo

Em 2021, quando tinham 19 anos, as gêmeas Mayla Phoebe e Sofia Albuquerck se submeteram a uma cirurgia de redesignação sexual em uma clínica de Blumenau. Tornaram-se, assim, as primeiras e mais jovens irmãs a fazerem o procedimento juntas.

Passada a operação, vieram momentos de altos e baixos emocionais para as duas, que hoje vivem em países diferentes. Mayla mora em Buenos Aires, onde estuda medicina, enquanto Sofia cursa engenharia na cidade de Franca, no interior de São Paulo. É, principalmente, a vida pós-cirurgia que a série documental "Gêmeas Trans: Uma Nova Vida" vai abordar. A estreia está prevista para a próxima quarta-feira (1), na HBO Max e discovery+.

Em cada episódio, as gêmeas dão um pequeno depoimento em que relembram o passado, como num miniflashback. Trazer à tona algumas lembranças mexeu bastante com Mayla. Ela tirou do escaninho de sua memória episódios que doem até hoje, como a exposição que sofreu, ao ter a história vazada.

"Ter que relembrar tudo isso mexeu muito comigo, a câmera ligava e eu chorava. Tive muita regressão. Às vezes as pessoas não entendem, mas passar por tudo que a gente passou e mostrar várias cenas do meu passado foi muito difícil para mim", conta.

Já Sofia sofreu menos. Ela gostou da ideia da série desde o começo, apesar da ansiedade natural para a estreia. "Vou sentir muita vergonha alheia", brinca ela, que não nega: nem pensou duas vezes ao ser convidada a contar sua história na série. "Quis aproveitar essa oportunidade como se fosse única, era tudo uma novidade".

De família simples, as irmãs cresceram em Tapira, uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, com cerca de quatro mil habitantes. Foi para lá que Mayla decidiu ir num dia de baixo astral pós-cirurgia. Precisava se recompor, visitar os parentes, ganhar um chamego. Foi quando veio o "clique": a série poderia ajudar diversas pessoas.

"No começo eu estava fazendo pensando na minha mãe, na minha avó, e em melhorar a vida da minha família. Depois eu percebi que isso poderia ajudar outras mulheres trans e outros pais a entender como a gente é. Diminuir o número de crianças que lancham sozinhas na escola e sofrem bullying, por exemplo".

Apesar das dores que enfrentou, ela não aponta o dedo para ninguém. "Não culpo nenhuma criança que foi preconceituosa comigo porque o preconceito vem da criação. Não posso nem culpar os pais porque ninguém sabe como eles foram criados. É o caso do meu pai, ele falava que nos respeitava mas não aceitava a gente na família. Hoje ele super nos apoia e tem o maior orgulho de nós", acrescenta Mayla.

"Gêmeras Trans- Uma Nova Vida"

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