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'Cleópatra tinha pele branca e traços helênicos', responde Egito à Netflix

Atriz negra interpreta a famosa rainha em série; produção foi acusada de 'falsificação histórica'

Cena de 'Rainha Cleópatra', filme da Netflix
'Rainha Cleópatra', da Netflix, causa polêmica com atriz negra interpretando rainha egípcia - Divulgação
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Cairo (Egito)
AFP

Cleópatra tinha "a pele branca e traços helênicos", afirmou, nesta quinta-feira (27) o Ministério de Antiguidades do Egito, diante do lançamento de uma série documental polêmica da Netflix, em que uma atriz negra interpreta a famosa rainha.


"Rainha Cleópatra", produzida por Jada Pinkett Smith e apresentada como um trabalho "baseado em reconstituições e depoimentos de especialistas", será lançada em 10 de maio na plataforma de streaming. O anúncio afirma que o documentário mostra a vida da última faraó do Egito, "que lutava para defender seu trono, sua família e sua obra".

Antes mesmo da estreia, a obra gerou polêmica no Egito. Cerca de 40 mil pessoas assinaram uma petição eletrônica para impedir o lançamento da série, por "falsificação histórica".

O Ministério de Antiguidades divulgou um comunicado citando diversos especialistas que afirmam que Cleópatra tinha "pele branca e traços helênicos". "Os baixos-relevos e estátuas da rainha são as maiores provas", ressalta o texto.

Para Mustafa Waziri, chefe de Antiguidades do Egito, representar a soberana como uma mulher negra é apenas "uma falsificação da história egípcia". Internautas e comentaristas denunciam campanhas de grupos afro-americanos que reivindicam a origem da civilização egípcia.

Cleópatra pertencia à dinastia macedônia dos Lágidas, originada no general Ptolomeu, que se tornou rei do Egito após a divisão do império de Alexandre, o Grande.

Embora reze a lenda que a rainha, nascida por volta de 69 a.C., gozava de grande beleza, sua aparência e cor de pele não são muito conhecidas. Em 2009, um documentário da BBC afirmava que ela tinha sangue africano.

Este texto foi originalmente publicado aqui.

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